quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O débito dos maus políticos – Por Miguel Montte

Os meus leitores, que me acompanham ao longo destes últimos 20 anos, debatendo através de artigos, assuntos do cotidiano pela imprensa rondoniense, ficarão tranqüilos a partir de então, quando lhes explanareis no decorrer deste, o débito constituído por cada político em sua trajetória de vida. A máxima filosófica que preconiza “a justiça tarda mais não falha”, não é atribuída ao judiciário, ou a justiça dos homens, este adágio é atribuído a Justiça Divina, às mãos de Deus. A polícia, O Ministério Público, Os juízes, conseguem fazer justiça aos maus políticos momentaneamente, ou seja, o peso da justiça não é superior a cinco anos de detenção, mas, sempre se tem um “jeitinho” para o político se safar; de outra forma, o político punido consegue inserir na vida pública em seu lugar, um filho, uma esposa, um amigo próximo, ou um parente... O importante é não largar o poder.
Sem citar nomes, muitos políticos rondonienses que foram presos por suspeitas de praticar crimes de corrupção, já se preparam para alçar vôos visando às eleições de 2010; Alguns cassados pela justiça dos homens gastaram fortunas com excelentes advogados e hoje sorriem tranquilamente, pois sabem que a melhor estratégia é a que sempre vence; para este intento, normalmente se usa em seu cast de campanha os melhores publicitários, e os melhores advogados para conquistar mais um pódio no sucesso da vida pública. E tenha absoluta certeza, meu caro leitor, eles vão conseguir mesmo, pois tanto o bem tem poder, quanto o mau também tem poder...
Mas, isto termina quando? Ou nunca tem fim?
Eis que entra em cena a justiça divina, ou a justiça de Deus, e em uma contabilidade suprema se contabilizam os débitos e os créditos do mau cidadão; tudo, absolutamente tudo, é contabilizado nesta conta de Deus, nada passa imperceptível, desde um pensamento pervertido, até um assassinato. Contudo, desde já salientamos que ninguém veio ao mundo para ser um pop-star, um milionário, ou um rei... Viemos ao mundo para evoluirmos espiritualmente, nos tornarmos puros, iluminados, para que assim possamos “adentrar as portas do céu”. Contudo, pela força da atração material, o ser humano galgou enorme espaço evolutivo na terra, através do qual temos o desenvolvimento que ostentamos atualmente. Se por um lado, o cidadão não conseguira a iluminação ele fez da sua “prisão terrena” a melhor forma de se viver.
No Tibet. os ensinamentos filosóficos afirmam que o ser - humano consegue viver por no máximo 144 anos, assim, se um cidadão vive corriqueiramente aqui na terra até os 70 anos, após sua morte, ou transição, os 74 anos restantes se constituem em uma prisão cármica, ou, contabilizados seus créditos e débitos, em um estado de paraíso tranqüilo, até a próxima vinda na terra, quando retornará sob a pior forma humana possível, ou da melhor forma humana possível, tudo depende do seu crédito e do seu débito, conquistados na vida passada.
Portanto, que advém o adágio: “A justiça tarda mais não falha”; constatamos na história que muitos políticos morrem de forma trágica, (não vou relatar, porque o artigo ficaria muito extenso) outros morrem velhos, com doenças da pior enfermidade possível; outros vivem em tremenda desarmonia familiar, com filhos drogados, filhas... Esposas... A cada má ação, gera uma má reação, se perpetuando por toda a sua existência terrena, o imbróglio chega a ser tão perverso que o cidadão envolto naquele marasmo, não se dá conta que tudo se originou através de seus atos e pensamentos.
Porém, este artigo não é um tribunal onde se julgará fulano e cicrano, é apenas um tópico para debate e reflexão; Temos, pois, que ninguém veio ao mundo para ser pobre, mísero e sem evolução, porém, as fortunas, seja intelectual e material e espiritual, que se conquistam na vida, de forma honesta, e através da sabedoria humana, é frutífera e passíveis de bênçãos divinas. Por outro lado, a filosofia mística garante que o corpo humano é o templo onde habita o espírito santo, o espírito de Deus, e se este templo é vilipendiado, deteriorado com drogas, bebidas e luxúrias, logicamente que o espírito que nele habita se tornará da mesma forma que é o seu recipiente. Demoníaco! Ou energicamente negro.
Convido-lhe para fazermos um experimento, vamos anotar em um caderno “secreto” os nomes dos políticos rondonienses que estão atualmente no poder, especialmente hoje, dia 30/09/2009, e vamos anotar a sua situação, o que ele declarou de patrimônio do TRE, e melhor ainda, vamos anotar a sua fisionomia, os seus aspectos físicos; por fim, vamos guardar este caderno pelos próximos 20 anos, e veja após isto, o crédito ou o débito que cada um conquistou.
Isto servirá para demonstrar aos nossos filhos futuramente que o que se planta se colhe na mesma esfera; Como exemplo, assistimos políticos do Japão e péssimos cidadãos da China que ao serem descobertos se suicidam em praça pública, dando um exemplo crasso aos novos cidadãos que errou, e teve a hombridade de se redimir.
A energia.
Os nossos pensamentos são energias puras! Eles se tornam coisas, edificam o futuro! Forças invisíveis operam em nossos lados esquerdos e direitos, através dos nossos pensamentos se constituem a melhor, ou pior, forma de se viver... Um fraterno abraço e até a próxima.
Miguel Montte,FRC,M,E+C, é Jornalista/Publicitário
miguelmontte@190ro.com.br

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Nada resiste ao Desejo e a Vontade de João Cahula – Por Miguel Montte.

Apego-me ao Salmo místico divino Sete, Oração de um Justo Perseguido, para tecer este artigo em apoio ao nosso vice-governador rondoniense, João Cahula, e conclamo a todos os meus leitores para uma síntese análise do que se seguirá. Nos ensinamentos filosóficos preconizam que semelhante atrai semelhante, ou seja, derrotado atrai derrota e o mal atrai o mau; código este outorgado pela legislação da lei da atração, assim como é internamente, é exteriormente. Constatamos que o senador Expedito Júnior, cassado diversas vezes pela justiça, está bem perto de desocupar a sua cadeira no congresso nacional em favor do empresário Acir Gurgacz; derrotado, atrai para si mais uma derrota, quando se filiou ao partido PSDB, no intuito de salvaguardar seu currículo político pelo qual tentará ser candidato ao governo do estado de Rondônia. Nota-se, porém, que tal projeto já nasce morto, como assim se encontra seu capitão-mor, haja vista, que o PSDB bate de frente com os 85% de popularidade do presidente Lula e sua máquina petista aniquiladora.
Por outro lado, a candidatura da ministra petista Dilma rumo à presidência do Brasil em 2010, se encontra empacada e se constata a ascensão de outros candidatos ligados ao PT, até mesmo a subida nas pesquisas da acreana Marina Silva, que retirou o brilho do apoio de Lula a Dilma, se destaca por esta seara. Isto condiz com a máxima que Lula trocará de candidato conforme o andar da carruagem nas pesquisas, até mesmo porque sua candidatura ao senado pelo estado de Pernambuco tem o apoio declarado de todos os coronéis nordestinos; através do qual se constata presumivelmente o apoio de Lula a um “homem”, haja vista, em análise ao público brasileiro, ainda machista, não aceitar ser comandado por uma mulher (segundo pesquisas); nisto, José Serra, candidato a presidência pelo PSDB, partido de Expedito Junior em Rondônia, terá como concorrente um homem com os seus mesmos predicados e apoio irrestrito do petista Lula, assim PSDB está fadado à derrota.
Por isso, a candidatura ao governo de Rondônia, orquestrada pelo senador cassado Expedito Junior, já nasce morta, como tal se encontra seu precursor, isto porque, o seu alto índice de rejeição, adquirido pela repercussão nacional que lhe taxou como comprador de votos, e agora afiliado a um partido oposicionista a uma pessoa que goza de 85% de receptividade junto ao povo ( Lula ) dão de encontro com os anseios da população, qual seja, limpar da vida política estas pessoas da estirpe de Expedito, segundo pesquisa analítica que tenho em mãos. Contudo, se constatarmos via portfólio a sua assessoria, que na última eleição municipal conseguiu a proeza de perder 100% das campanhas que assessorou; assombrosamente deparamos com o porquê de Expedito mais uma vez atolar os pés na lama ao invés de apoiar um homem justo como o vice-governador João Cahula.
Simples como Lula, trabalhador como Cassol, antes de ser político, João Cahula comandava um empreendimento familiar no interior de Rondônia, e trouxe esta experiência administrativa como um autodidata a vida pública, o que lhe deu o destaque de ser elevado às perspectivas de o sonho governamental almejado; sendo assim, partícipe na administração Cassol, Cahula foi de encontro aos desejos e a vontade do povo, esta união uníssona aos seus anseios se tornou uma só via, que agora se assume forma através dos pensamentos da maioria e contra isto, só o grande arquiteto do universo, como diria Pitágoras, tem o poder de impedir. Cahula tem o apoio dos pensamentos de todos os homens justos de Rondônia, segundo pesquisas elaboradas internamente, as escolas filosóficas o apóiam por conhecer o seu caráter, e se junta a isto a vontade, o desejo e a ação de todos para que se concretize tal imagem; em ver Cahula governador.
A exemplo contrário de Expedito Junior, fui convidado por correligionários do partido progressista (PP), onde estou desde 1998, a ser candidato a Deputado Federal em 2010, levando-se em consideração minha luta contra os corruptos nos últimos dez anos a frente do Jornal OGUAPORÉ; Contudo, só aceito a indicação com uma condição pessoal, qual seria? De não responder a nenhum processo até as eleições, haja vista, que como Jornalista, fui perseguido de diversas formas por poderosos, o que me restou, como Jornalista, quase 150 processos na justiça, porém, satisfeito estou, porque respondi a estes processos de forma enérgica e ademais fiquei ao lado dos mais fracos, o povo, meus leitores, que nunca me abandonaram, isto está nos anais da grande audiência do Jornal OGUAPORÉ que por sua vez não deixa o barco afundar, mesmo remando contra a correnteza. Como análise ainda, sincrônica ao cast de Junior, temos a assembléia legislativa de Rondônia, que terá 90% de renovação em sua hoste, por quê? Por brincar com a inteligência do povo através da sua propaganda, esta, que tem as mesmas pessoas que assessoram Expedito Junior. Todos; como tenho esta concepção, deveriam fazer uma análise de seu portfólio antes de se enveredar para a política.
Se, insiro em mim, pessoalmente, algumas condições como meta para o mundo político, todos deveriam fazer o mesmo, sem compra de votos, sem compra de pastores e padres, sem compra de líderes comunitários, apenas a ser testada pelos eleitores, a Luz que Deus concebeu a pessoa e seu currículo de vida fraterna, justa, humanitária e profissional, a serviço do povo; Pensando assim, Cahula já está pronto para ser governador de Rondônia, pois nada pesa contra ele, apenas é um justo perseguido, por ser amigo do governador afoito, Ivo Cassol. Assim, conclamo a todos os meus leitores, que orem o salmo sete a mim e a Cahula, pois precisamos de apoio divino contra o sistema que opera demoniacamente para que os Justos não trabalhem em prol do povo, principalmente porque, não sou candidato, apenas fui sondado, mas só em alertar as pretensões em artigo, as perseguições poderão iniciar:
07: Oração de um Justo Perseguido: Senhor, meu Deus, em vós me refugio. Salvai-me de todos os que me perseguem e livrai-me. Que não arrebate a minha alma como um leão. Dilacerando-a sem que ninguém me valha. Senhor, meu Deus, se tal fiz, se há injustiça em minhas mãos; se atraiçoei o meu amigo; se poupei o opressor injusto; que o inimigo me persiga e me apanhe; e esmague a minha vida contra a terra; e arroje a minha honra ao pó; Levantai-vos Deus na vossa ira, erguei-vos contra os furores dos meus inimigos, despertai em meu favor no julgamento que ordenastes; Que a assembléia dos povos te rodeie, regressai em minha ajuda no meio dela, Deus julga os povos; julgai-me então Deus segundo o meu direito; e segundo a inocência que possuo; Terminai, eu vos peço, com a malícia dos ímpios, Confirmais aquele que é Justo; Vós que perscrutais os corações e os rins como Deus Justo; O meu escudo reside em Deus; Salvador dos corações retos; Deus é um Justo Juiz; Um Deus que se indigna contra as injustiças a todo momento; Mas, se não se converter, o inimigo afiará a sua espada, reterá o seu arco e apontá-lo-á; Ele preparou instrumentos de morte; das suas flechas fará tições ardentes. Eis que opera a maldade; concebe a iniqüidade; e gera a mentira. Abriu um fosso e escavou-o, mas caiu na fossa que ele mesmo abriu; A sua malícia recairá sob a sua cabeça; e sua violência sob a sua fronte. Louvarei a Deus segundo a sua justiça; cantarei o nome do altíssimo.
Miguel Montte é publicitário e Jornalista.
miguelmontte@190ro.com.br

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A magia na vida de Jesus – Por Miguel Monte

Traduzido por Miguel Monte do Original Frances: Jesus ou le mortel secret des Templiers - ROBERT AMBELAIN
«Que não se encontre em seu povo a ninguém que pergunte aos mortos...»( Deuteronômio, 18, 11)
Não há nem um só exegeta que não tenha observado ou reconhecido que, na vida de Jesus, há um vazio obscuro, um período do qual não se sabe absolutamente nada. Para os docetas e todos os gnósticos em geral, e para Marción o primeiro. Jesus aparece de forma repentina, sem que se saiba de onde vem. É deste modo em Cafarnaum onde fixam sua primeira aparição. Outros situam-na no vau do Jordão chamado Beta-Abara, no povoado de Betânia.
Nesse período desconhecido da vida de Jesus, o rumor público judeu incluía sua estadia no Egito, com o fim de estudar ali a magia.
Com efeito, em Israel existia uma tradição solidamente estabelecida segundo a qual o Egito era a pátria de tal ciência, e que não se podia ter melhor mestre que um egípcio. Para todo talmudista sincero, experiente, possuidor da tradição esotérica das sagradas Escrituras, um dos tesouros roubados aos egípcios quando teve lugar sua saída do Egito (cf. Êxodo, 12, 35-36) foi precisamente esse conhecimento, e os famosos «copos de ouro e de prata», que os israelitas tomaram, sutilmente, das pessoas do Egito na véspera de sua partida em massa, para a Terra Prometida, não eram outra coisa que as chaves (os copos, os segredos) do duplo poder mágico (o ouro e a prata), ainda representado em nossos dias esotericamente mediante as duas chaves de ouro e prata que figuram no brasão dos papas.
Esta crença estava tão solidamente arraigada no espírito de Israel antigo, que todo viajante procedente do Egito que entrasse na Palestina era submetido a um escrupuloso registro a sua passagem pela fronteira comum. E, em virtude da palavra das Escrituras, a todo aquele que introduzira um tratado qualquer de magia, esperava-lhe como castigo a pena de morte, a partir do momento em que franqueasse os limites do país nabateu, ou da vetusta terra de Menfis:
«Que não se encontre junto a ti a nenhum daqueles que pratique as adivinhações, o sortilégio, o augúrio, a magia; que pratique feitiços, que consulte aos espectros e aos espíritos familiares, que interrogue aos mortos.» (Deuteronômio, 18, 10-11.)
Por isso:
«Não deixará viver a quem pratica a magia...» (Êxodo, 22, 17.)
E este ostracismo chegava muito longe. No século I de nossa era, Rabbi Ismael Ben Elischa, neto do supremo sacerdote executado pelos romanos, impede a seu sobrinho Ben Dama que se deixe curar por um cristão de uma mordida de serpente. Apóia sua oposição no tratado talmúdico Abhodah Zarah (27 B), o qual ensina que:
«Vale mais perecer que ser salvado pela magia...»
Assim, para os judeus, Jesus operava seus prodígios sustentando-se em seus conhecimentos de magia, que tinha aprendido e usado no Egito, e cujos elementos essenciais tinha conseguido dissimular sob suas roupas ao passar a fronteira. (Qiddouschim, 49 B; Schab., 75 A e 104 B.) Todos os seus discípulos eram como ele, já que ele lhes tinha ensinado seus segredos. Isso é o que explica seus milagres e o êxito que estes traziam equipado para eles, de cara à multidão ignorante.
Na mesma época se verá como Rabbi Eliezer Ben Hyrcanos, que tinha sido acusado de haver-se feito cristão em segredo, obteve finalmente a graça, ao haver-se chegado à conclusão de que um homem tão sábio, tão fiel observador da lei, não poderia extraviar-se; de tal modo, não teria caído em uma espécie de feitiço espiritual, praticado pelos discípulos de Jesus.
Reconheçamos que esta opinião era ainda compartilhada por uma percentagem bastante elevada de cristãos no século V. Em efeito, está demonstrado que os Evangelhos chamados «da Infância», que se compõem do Protoevangelho de Santiago; do Evangelho do pseudo Mateus; da História de José, o carpinteiro; e do Evangelho de Tomás; repartem-se em fragmentos que podem ter sido compostos, uns ao finais do século II, e outros no século V.
Pois bem, em todos esses textos mostra-nos ao menino Jesus dotado de faculdades mediúnicas extraordinárias; já apto para realizar prodígios, a mercê de suas reações infantis. Vê-lhe penetrar em uma caverna, onde uma leoa acaba de parir. Esta brinca e pula com Jesus, junto com os leãozinhos. E uma palmeira se inclina ante uma ordem dela, para oferecer à Maria, sua mãe, as tâmaras que deseja. Uma fonte brota por ordem dela, para saciar a sede de seus pais. No templo de Hennópolis, no Egito, as trezentas e sessenta e cinco estátuas das divindades cotidianas das paréneses caem ao chão. Quando brinca com a terra e a água, de retorno à Judeia, aqueles que danificam suas frágeis construções caem mortos aos seus pés. Modela uma dúzia de pássaros em argila, e lhes dá vida com apenas uma palmada.
Ante a indignação da população, consecutiva ao abuso que faz de seus poderes, seus pais o encerram em casa e não lhe deixam sair. Então, tanto para fazer-se perdoar, para demonstrar seu poder, Jesus devolve a vida a um menino ao que acabava de lançar um feitiço mortal. Confiam-no a um mestre de idade muito avançada para que lhe ensine a ler. O mestre, ao golpear Jesus com uma varinha de estoraque, cai imediatamente morto. Um fato confirma nos Evangelhos canônicos esse caráter rancoroso de Jesus: é o episódio da figueira (Mateus, 21, 19 e Marcos, 11, 21), que deveria ter dado figos a Jesus, instantaneamente, e fora de temporada, e a quem ele amaldiçoa por não o haver feito.
Em todos esses apócrifos, o pai de Jesus se chama José, evidentemente. Mas permaneceram alguns fragmentos de uma veracidade que a seguir foi sabiamente sufocada. Entre eles estão, por exemplo, os seguintes do pseudo Mateus sobre seus irmãos:
«Quando José ia a um banquete com seus filhos Santiago, José, Judas e Simão, assim como com suas duas filhas. Jesus e sua mãe iam também, junto com a irmã desta, chamada Maria, filha de Cléofas...» (Cf. Evangelho do pseudo Mateus, 42, 1.)
«José enviou então a seu filho Santiago para recolher lenha e levá-la a casa, e o menino Jesus lhe seguia. Mas enquanto Santiago reunia os ramos, uma víbora lhe mordeu na mão. E como sofria e morria. Jesus aproximou-se e soprou na ferida. Imediatamente a dor cessou e a víbora caiu morta, e Santiago permaneceu então são e salvo.» (Op. cit., 16,1.)
Nos apócrifos etíopes encontram o mesmo. Vemos Jesus, em sua idade madura, comunicando a seus discípulos fórmulas mágicas estranhas, algumas das quais encontraremos nos formulários, que todo bom doblara abissínio deve indevidamente possuir. [16]
[16 - O doblara é, em Abissínia (atual Etiópia), um corista da igreja que ademais, pratica a magia «branca», porque a negra está severamente reprimida.]
Essas são as crenças supersticiosas que compartilhavam os judeus e os cristãos em relação aos «poderes» de Jesus.
O que é seguro é que os cristãos mais fechados à análise racional de um texto não poderão negar que Jesus utilizava uma técnica. E esta é a prova:
Em sua ingenuidade os crentes ordinários imaginam que bastava Jesus dar uma ordem para que o milagre se produzisse. E nada disso. Há matizes, e os procedimentos diferem segundo a natureza do resultado desejado. Os seguintes textos o provam:
«Quando partiu dali, Jesus foi seguido por dois cegos que davam vozes e diziam: "Filho de David, tenha piedade de nós!" Assim que chegou à casa, os cegos aproximaram-se e Jesus lhes disse: "Creem que posso eu fazer isto?" Responderam-lhe: "Sim, Senhor". Então tocou seus olhos, dizendo: "Faça-se em vós segundo sua fé". E abriram seus olhos...» (Mateus, 9, 27.)
«Chegaram à Betsaida, e levaram à Jesus um cego, rogando-lhe que o tocasse. Tomando a mão do cego, tirou-o fora do povo, e, pondo saliva em seus olhos e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe se via algo. O cego olhou e disse: "Vejo homens, mas algo assim como árvores que andam". Jesus pôs-lhe de novo as mãos sobre os olhos, e quando o cego olhou fixamente, foi curado, e viu com toda nitidez.» (Marcos, 8,22-26.)
«Passando, viu Jesus a um homem cego de nascimento [...]. E depois de haver dito isto, cuspiu no chão e fez um pouco de lodo com a saliva. Logo aplicou este lodo sobre os olhos do cego e lhe disse: "Vai e lava-te na piscina de Siloé". Foi, pois, ali e se lavou, e retornou vendo claro.» (João, 9,1 e 6-7.)
A piscina de Siloé estava situada perto de uma das portas de Jerusalém. Era ali onde os sacerdotes, revestidos com seus atavios festivos, tiravam água que utilizavam para as purificações rituais do Templo. Desde que o profeta Isaías a louvou (Isaías, 8, 6) consideravam-na Santa; ainda na Idade Média tinha fama, entre os muçulmanos, de dispensar uma água milagrosa. Com efeito, nestes três milagres se vê que Jesus emprega três técnicas diferentes:
a) no primeiro caso, a fé dos cegos garantia o resultado, por isso bastava-lhe tocar seus olhos;
b) no segundo caso, põe sua saliva sobre as pálpebras do cego, e lhe impõe as mãos. Ao ser incompleto o resultado, começa de novo a operação, e por fim o cego vê;
c) no terceiro caso, utiliza uma velha receita da farmacopeia antiga. Um código médico do século III, atribuído ao Serenus Sammonicus, recomenda a aplicação de uma camada de lodo para curar os tumores dos olhos. Mas Jesus acrescenta a isso, a modo de complemento, a imersão na piscina milagrosa de Siloé, ou pelo menos a lavagem dos olhos nessas célebres águas.
Sobre o fato de que Jesus utilizasse a saliva na cura das afecções oculares, este não faz mais que empregar uma receita antiquíssima que se apóia no valor terapêutico da saliva. Nos Anais de cirurgia plástica de abril de 1961, páginas 235-242, podemos ler no artigo «As derivações salivais parotídeas na xeroftalmia» as seguintes passagens:
«A síndrome xeroftálmica que se desenvolve sobre um olho com secreção lacrimal pobre ou ausente, conduz a queratinização ou a descamação da conjuntiva secada, com formação de aderências... A córnea se opacifica... As pestanas, ao roçar, convertem-se em um fator de ulceração... A descida da acuidade visual desemboca frequentemente em uma cegueira completa.»
«A saliva e as lágrimas têm uma composição muito parecida, e contêm ambas as lisozimas, substância bacteriostática de proteção.» O cirurgião comunicará então, por via mucosa intra bucal, o canal secretor das glândulas salivais com o fundo do saco conjuntivo. E «...disso resultará para o doente uma melhora espontânea da acuidade visual...» (Op. cit.)
Deste conhecimento inconsciente é de onde deriva o gesto de numerosos escolares que, afligidos por dor nos olhos, umedecem com sua saliva, com ajuda de seus indicadores, os lagrimais doloridos, enquanto fazem seus deveres sob lamparina caseira.
No caso do exorcismo que nos conta Mateus (17, 21), também aí se utilizou uma técnica. Julgue-se:
«Então se aproximaram os discípulos à Jesus e à parte lhe perguntaram: "Como é que nós não pudemos expulsar esse demônio?" Jesus lhes respondeu: "Por causa de vossa incredulidade; porque na verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a essa montanha: Passa daqui para acolá, e passaria, e nada vos seria impossível. Mas esta raça de demônios não se pode expulsar, senão mediante a oração e o jejum..."» (Mateus, 17,19-21.)
Em primeiro lugar, observaremos que existe contradição. O texto nos diz que nada é impossível para a pessoa absoluta e sincera. Mas o mesmo texto nos precisa os elementos de uma técnica, ascética e mística, para a obtenção do resultado: a oração e o jejum. Há aí uma indiscutível contradição, já que a frase final implica que, segundo a natureza dos demônios, segundo sua espécie, deve utilizar um procedimento, ou outro. Portanto, a fé por si só é insuficiente, e terá que lhe acrescentar um suporte psíquico: jejum, oração, sacramental (azeite, saliva, lodo, água, etc.). [17]
[17- Jesus não devia jejuar muito, porque ele mesmo reconhece (Mateus, 11, 19) que tinha a reputação de «comedor e bebedor». E são Jerônimo, em sua Vulgata, utiliza o termo latino potalor, que traduzimos por «bêbado»]
Há outros casos nos quais a análise deve ser mais sutil, mais prudente. Assim, por exemplo, o caso do possesso de Gerasa. Um homem está possuído por numerosos demônios. Vive nos lugares desérticos e nos sepulcros. Rompe as cadeias e os ferros com os quais lhe quer reduzir. Jesus vem, ordena aos demônios que deixem a esse homem. Eles suplicam-lhe:
«...e lhe rogavam encarecidamente que não lhes mandasse voltar para o abismo. Pois bem, havia ali uma manada de porcos, bastante numerosa, pastando no monte, e suplicaram a Jesus que lhes permitisse entrar neles. Permitiu-o. E saindo os demônios do homem, entraram nos porcos; a manada lançou-se por um precipício abaixo até o lago, e afogou-se. Vendo os porqueiros o acontecido, fugiram e o anunciaram na cidade e nos campos...» (Lucas, 8, 31-35.)
Observaremos, em primeiro lugar, que não são javalis, a não ser porcos domésticos, dado que se trata de uma manada com porqueiros. A cena tem lugar no «país dos gerasenos, que está frente a Galiléia». É, portanto, a Galaadítide. Mas que probabilidades tem que ali se criassem porcos, animais cujo consumo estava formalmente proibido pela lei, e cuja utilização, preparação e venda eram, por conseguinte, mais que aleatórias? Por outra parte, na Gerasa e em sua região não há lago algum. Para evitar este abrolho nos quis transferir a cena à Betsaida-Julias, nas bordas do lago Tiberíades, aliás de Genezaret, aliás mar da Galiléia. Mas então o acontecimento não se desenvolve já no país da Gerasa, nem em Galaadítide, a não ser na Gaulanítide, e a mais de oitenta quilômetros a vôo de pássaro da Gerasa... Uma vez mais, os escribas anônimos do século IV imaginaram algo, sem parar para refletir.
Por último, em Voyage en Orient de Gérard de Nerval lemos o seguinte, e é Avicena quem fala:
«Sempre disse que o cânhamo com o qual se faz a pasta de haschich era essa mesma erva que, conforme dizia Hipócrates, comunicava aos animais uma espécie de raiva que lhes induzia a precipitar-se ao mar.»
De fato, se fizermos uma seleção entre os acontecimentos milagrosos cuja origem é incontrolável, que os judeus atribuem à magia e os cristãos a milagres, vemos que a vida de Jesus está dominada por três fatos importantes:
a) o encontro com o Príncipe das Trevas, no topo da montanha da Quarentena, no deserto de Judá;
b) a evocação de Moisés e de Elias, no topo do Tabor;
c) o diálogo final, pouco antes de sua detenção, no monte das Oliveiras, com um «pai» misterioso.
Pois bem, tudo isso constitui uma sequência de operações mágicas, proibidas sob pena de morte pela religião judia.
Na cena da Tentação (Mateus, 4; Marcos, 1; Lucas, 4), Jesus é impulsionado pelo Espírito a isolar-se durante quarenta dias e quarenta noites, no topo de um monte ao que em nossos dias se denomina o monte da Quarentena, e nos precisa claramente que é para ser tentado ali pelo Diabo. Trata-se de uma prova iniciática: o operante deve triunfar sobre as forças baixas, se quer obter o apoio das forças do Alto. Este mesmo episódio se encontra na vida de Buda e de todos os grandes taumaturgos. Depois, o triunfador é «assistido por todo o Céu e obedecido por todo o Inferno», segundo a conclusão perfeitamente conhecida por todos os cabalistas.
Mas se tinha tratado de uma evocação, na qual se chama uma entidade, conjurada por ritos e palavras, e a obriga a manifestar-se, ou pelo contrário esse retiro de quarenta dias, na solidão e em jejum, não previa explicitamente a aparição, mas sim veio de forma inesperada? Nenhum texto o precisa. Por outra parte, terá que considerar como um exagero evidente o fato de que Jesus tivesse permanecido quarenta dias sem beber, nas terríveis solidões do deserto de Judá. Submetido a todas as vicissitudes da carne, sofreu a flagelação, a crucificação, e morreu, bem por causa desta, ou da ferida de lança do legionário romano, mas é absolutamente impensável que tivesse resistido, no meio do calor tórrido e das pedras reaquecidas, a semelhante desidratação.
Seja o que for, o encontro com uma «manifestação» do Princípio do Mal é o primeiro fato mágico importante da vida de Jesus. Existe ainda um segundo fato, que geralmente passa desapercebido: com esse Princípio teve lugar um segundo encontro, um, pelo menos. E este se desenvolveu imediatamente antes de sua detenção, ou, quando muito, uns quantos dias antes.
«E o Senhor disse: Simão, Simão, eis aí vos pediu Satanás com instância para joeirar como o trigo. Mas eu roguei por ti, para que não desfaleça tua fé, e tu, enfim depois de convertido, conforta a teus irmãos...» (Lucas, 22, 31-32.)
A Vulgata de são Jerônimo diz exatamente conversus, que significa transformado, mudado.
O que pode deduzir-se desses frequentes «contatos» com o Adversário?
A segunda grande operação teúrgica tem lugar no topo do monte Tabor; trata-se da célebre cena conhecida como a da Transfiguração; encontraremo-la relatada com todo detalhe em Mateus (17), Marcos (9, 2), Lucas (9, 29), João (1, 14), e na segunda Epístola de Pedro (1, 16).
«Seis dias depois, tomou Jesus ao Pedro, ao Santiago e ao João, seu irmão, e os levou à parte, a um monte alto. Ali se transfigurou ante eles, brilhou seu rosto como o sol, e suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E lhes apareceram Moisés e Elias falando com ele. Pedro, tomando a palavra, disse ao Jesus: "Senhor, bom é que estejamos aqui! Se quiser, levantarei três tabernáculos, um para ti, um para Moisés, e outro para Elias..." Ainda estava ele falando, quando uma nuvem resplandecente os cobriu. E eis aqui que uma voz, procedente da nuvem, disse: "Este é meu filho bem amado, em quem tenho minha complacência, lhe escutem!" Quando ouviram esta voz, os discípulos caíram de bruços, sobressaltados de grande temor. Mas Jesus, aproximando-se deles, tocou-os e lhes disse: "Levantai-vos, não temais..." Elevando eles os olhos, não viram ninguém, tão somente Jesus.
»Enquanto desciam da montanha. Jesus lhes deu esta ordem: "Não digais a pessoa alguma o que vistes, até que o Filho do Homem ressuscite dentre os mortos".» (Mateus, 17,1-9.)
Em primeiro lugar, observaremos que esta evocação apela a dois mortos, já que Moisés tinha morrido, na cúpula do monte Nebo, fazia quatorze séculos. E quanto ao Elias, este fazia onze séculos que «um carro de fogo e uns cavalos de fogo» o tinham levado para o céu, ante a estupefação de seu discípulo Eliseu. Se se tivesse tratado da simples manifestação de sua filiação divina, Jesus teria podido levá-la a cabo em Jerusalém, na habitação mais alta da casa de um amigo. Mas como se tratava de uma evocação dos mortos, devia ter lugar em um local afastado, em um lugar desértico, próximo ao céu, por duas razões. A primeira apoiava-se no fato de que semelhantes ritos exigem ser praticados de forma que não se corra o risco de ser incomodado pela chegada inopinada de profanos. A segunda devido a que, em Israel, não se brincava com essas coisas que, ao serem descobertas, implicavam a pena de morte em virtude das Escrituras: Deuteronômio (18, 10-11), e Êxodo (12, 35-36). Desde onde a recomendação de Jesus: «Não digais a pessoa alguma o que vistes...» (Mateus, 17, 9.)
Quanto à finalidade de tal evocação. Lucas é quem nos revela isso, ao nos dizer:
«E eis aqui que dois varões falavam com ele. Moisés e Elias, que apareciam gloriosos e lhe falavam de sua partida, que tinha que se cumprir em Jerusalém..,» (Lucas, 9, 30-31.)
De maneira que foi conhecer seu destino próximo pelo qual convocou Moisés e Elias, os dois guias essenciais da história de Israel. Está estabelecido o fato de que tudo isso foi acompanhado dos sahumerios mágicos habituais com potentes alucinógenos, pelo delírio e pela embriaguez, que demonstram seus discípulos, e a incoerência das palavras de Simão-Pedro, quem sonha acordado e quer levantar tabernáculos para os recém chegados. Porque Lucas, antes, diz-nos que «Pedro e seus companheiros estavam carregados de sono...» (Lucas, 9, 32), e de Pedro que «não sabia o que dizia...» (Lucas, 9, 34.)
Quanto à nuvem luminosa, a explicação é muito singela. Se alguém se situar no topo de uma montanha, em uma região com o céu impecavelmente azul, se chegar uma nuvem e o observador se achar envolto por tal nuvem, ao continuar o sol dando sobre essa montanha, fará da nuvem um verdadeiro difusor de luz, e será tal o contraste, que o observador, sobretudo se estiver vestido de branco, parecerá ainda mais deslumbrante.
E chegamos agora à última evocação, a que teve lugar a noite da detenção de Jesus, no monte das Oliveiras, perto de Betânia, num lugar chamado Getsêmani, que designava um lagar de azeite. Vejamos o relato de Lucas:
«Depois de sair foi, segundo costume, ao monte das Oliveiras, e lhe seguiram também seus discípulos. Uma vez chegado ali, disse-lhes: "Orem, para que não caiam em tentação..." separou-se deles a uma distância como de um tiro de pedra, e, posto de joelhos, orava: "Pai, se é do teu agrado, transfere de mim este cálice! Não se faça contudo minha vontade, senão a tua". Então lhe apareceu um anjo do céu, para o confortava.» (Lucas, 22, 39-43.)
«Depois de ter orado, levantou-se, veio para os discípulos e, encontrando-os dormitados pela tristeza, disse-lhes: "Quê, vós dormis? Levantai-vos, orai, para que não entreis em tentação".» (Lucas, 22, 45.)
Aqui vamos expor uma primeira pergunta: como pode alguém dormir de tristeza? A angústia e a pena o que fazem é tirar o sono. Esse «sono de tristeza», esse sono saturniano, está produzido aí, uma vez mais, por sahumerios, provavelmente da Datura stramonium ou de beleno, misturado com gálbano, o helbénáh dos sahumerios do Templo. Porque aí se trata de uma nova evocação, agora não interroga ao Moisés e ao Elias, a não ser a seu pai. Mas a qual? Compreenderemo-lo mais tarde.
A segunda pergunta é a seguinte: se os discípulos dormiram, e se estava afastado, à distância de um tiro de pedra, como se conhecem os termos de seu diálogo com seu pai? Não por eles, posto que dormem. Tampouco por ele, dado que Jesus ainda não tinha terminado de admoestar a seus discípulos, por fim acordados, quando os soldados romanos da Coorte, os servidores do Templo, armados com espadas e clavas, conduzidos por Judas Iscariote, seu sobrinho, chegam à luz das tochas e procedem imediatamente a sua detenção.
É através de um personagem, do que só nos fala Marcos, por quem conhecemos estas coisas, e os detalhes são dos mais curiosos:
«E lhe abandonando, fugiram todos. Um certo jovem lhe seguia, envolto em um lençol sobre o corpo nu. Trataram de apoderar-se dele, mas ele, deixando o lençol, fugiu nu...» (Marcos, 14, 50-52.)
Em primeiro lugar, estranho o fato de que em pleno mês de março, na Judeia, no topo do monte das Oliveiras, ocorra a um jovem deslocar-se só com um lençol vestido, ainda de noite, nas horas mais frias, tão frias que se acenderá fogo no átrio do Caifás, alguns instantes mais tarde, ali onde Pedro renegará seu Mestre. (João, 18,18.)
Não se trata de um lençol no sentido literal da palavra. O latim da Vulgata de são Jerônimo, texto oficial da Igreja, tampouco emprega o termo latino pannus, que significaria pano. E não se trata de um lençol de cama, dado que naquela época não se conheciam essas coisas. Os judeus deitavam-se sobre esteiras, igual a todos os povos dessas regiões. Os romanos utilizavam camas de armar, com coberturas de lã ou de pele. Os francos utilizavam colchões, e, no pior dos casos, colchonetes. Porém, não havia lençóis de tecido, coisa bastante recente, dado que ainda em nossa época, na Alemanha e na Áustria, muitas camas das zonas rurais costumam levar só um lençol.
Na realidade, a Vulgata de são Jerônimo utiliza o termo latino sindon, que significa exatamente um sudário. E um sudário não tem nada em comum com as vestimentas rituais que devia levar um judeu daqueles tempos.
É este jovem o que representa o papel do anjo «vindo do céu para lhe reconfortar» e que nos narra Lucas (22, 39-44). E é através dele como conhecemos a prece que Jesus dirige a «seu pai». É o comparsa clássico em todo espetáculo deste tipo; em jargão isto se chama um «barão». E compreendemos que toda esta cenografia tem como finalidade reconfortar, efetivamente, ao Jesus em sua missão, missão da que ele não ignora que vai conduzir-lhe a uma morte horrível, sem esperança alguma de conseguir liberar Israel e restabelecer a realeza davídica. Não ignora que esta missão, desde que se retirou à Fenícia, ele a transladou já a outro «reino», que não é deste mundo. Mas os fanáticos que lhe rodeiam não o escutam nesta mesma sintonia.
Uns tinham montado este engano para catapultá-lo de novo a esse messianismo puramente político e sem esperanças de êxito. Outro tinha chegado já mais longe, e já o tinha denunciado: seu próprio sobrinho, Judas Iscariote, filho de Simão Pedro. Uma vez desaparecido Jesus, a filiação de Israel passava ao Simão Pedro, e ele, Judas, convertia-se no «delfim»... Quanto a outros, aproveitando a escuridão da noite, a pouca luz produzida pelas tochas, fundiriam-se nas trevas do monte das Oliveiras e empreenderiam a fuga sem nenhum escrúpulo. [18]
[18- Simão era, eletivamente, irmão de Jesus: «...e não se chamam seus irmãos José, Tiago, Simão e Judas?...» (Mateus, 13, 55). Por outra parte, Judas Iscariote, é o filho de Simão: «Um de seus discípulos, Judas Iscariote, filho de Simão...» (João 12, 4). E os outros textos nos precisam que se trata de «irmãos segundo a carne». (Paulo, Romanos, 9, 5; Eusébio da Cesárea, História eclesiástica, III, XX, 1.) Quanto aos famosos «trinta denários», se aparecerem aí é porque foram introduzidos pelos falsificadores anônimos que redigiram os pseudo evangelhos, para justificar a passagem de Zacarias (II, 12): «Então pesaram trinta sidos de prata para lhe pagar». Porque se se tivesse posto preço sobre a cabeça de Jesus, é indubitável que a soma teria sido muito mais considerável.]
Todavia, para os judeus de então não havia dúvida alguma de que tinha utilizado as ciências proibidas. O rumor de seu encontro com Samael nas solidões do deserto de Judá deve ter estendido-se. Sabia-se que tinha vencido ao Príncipe das Trevas. Portanto este, segundo a tradição mágica comum, era seu escravo, posto que Jesus o tinha domado:
«Mas os fariseus replicavam: "Por meio do Príncipe dos Demônios expulsa aos demônios..."» (Mateus, 9, 34.)
«E se estendeu o rumor de que tinha um Espírito impuro (subentende-se que a sua "disposição")...» (Marcos, 3, 30.)
No episódio da mulher adúltera parece utilizar um procedimento mágico, bem de adivinhação, ou de purificação:
«Jesus, inclinando-se, escrevia com seu dedo na terra. Como eles insistissem em lhe perguntar, ele, incorporando-se, disse-lhes: "O que de vós outros esteja sem pecado, seja o primeiro que a apedreje..." (subentendia-se que a pedra da lapidação, castigo que se aplicava às mulheres adúlteras segundo a lei).» (João, 8, 6-7.)
Aqui tratava-se, provavelmente, de uma consulta geomântica. Ainda em nossa época, em Marrocos, Tunísia e todo o Próximo Oriente alguns adivinhos praticam consultas mediante o procedimento adivinhatório denominado Darb-el-remel, ou «arte da areia». Com ajuda de pontos ou de raias riscadas sobre a areia se obtêm figuras com valor de oráculo, cujo número é invariavelmente de dezesseis, e que dão a resposta à pergunta formulada.
Podia tratar-se também de um procedimento de «desprendimento» psíquico particular. Riscam-se sobre a areia, ou sobre a terra determinados diagramas mágicos, faz-se passar o sujeito em questão por cima, e este se encontra liberado, já que o espírito mau, autor do mal, não pode suportar a passagem por cima dos caracteres sagrados. Este é, do mesmo modo, a origem das tatuagens protetoras.
A indulgência de Jesus para as mulheres adúlteras, ou às prostitutas, vem justificada pela presença de várias delas em sua genealogia ancestral.
Em primeiro lugar está Tamar, quem na Gênesis (38, 12 a 19) se prostitui a seu sogro em uma encruzilhada de caminhos, sem que ele a reconheça, para conseguir casar-se depois. Logo está Rahab, a prostituta oficial de Jericó, que oculta aos espiões enviados por Josué, antes da destruição da cidade, e por isso salva sua vida (Josué, 2, 1 e ss.; 6, 17 e ss.); depois se casa com Salmon, filho de Naasson, príncipe de Judá, e será mãe de Booz (Mateus, 1, 5). Temos a seguir Ruth, esposa de Maalon, e logo mulher de Booz; esta era de origem moabita, raça originada pelo incesto entre Lot, bêbado, e suas duas filhas, origem que deveria proibir a Ruth o acesso a uma família judia tradicionalista. (Ruth, 1, 4 e ss.; 2, 2 e ss.; 3, 9 e ss.; 4, 5 e ss., e Mateus, 1, 5.) Está, por último, Betsabé, mulher de Urias, oficial de David, a quem este rei mandara assassinar para conservar à esposa daquele, de quem fez sua amante, sem que esta protestasse. De tal adultério nascera Salomão (II Samuel, 11, e Mateus, 1, 6).
Enfim, parece subentender-se que Jesus, igual a seus discípulos, não pôde tampouco curar a todos quantos tinham relação com ele:
«Achando-se Jesus na Betânia, em casa de Simão, o leproso, aproximou-se dele uma mulher com um frasco de alabastro...» (Mateus, 26, 6.)
Pois bem, tratava-se da casa de seu amigo Lázaro, irmão de Marta e Maria, quem lhe oferecia invariavelmente hospitalidade quando ele se encontrava em Jerusalém. [19] E tal Simão continuava leproso.
[19- Observaremos que Jesus não passa jamais a noite na cidade Santa de Israel. Quando obscurece, faz o que tinha que fazer, e em seguida vai dormir em Betânia. Ao pé do monte das Oliveiras, por mais cansado que esteja. Porque ao por do sol se fecham as portas de Jerusalém, enquanto que o povoado da Betânia não tem portas. E nas noturnas trevas das ruas não iluminadas, quando as portas estão fechadas e vigiadas, Jerusalém se convém em uma ratoeira. E quando a situação se agrava, já não vai dormir em Betânia, a não ser em Getsêmani, o lugar antes citado, que se acha no monte das Oliveiras, e no qual há uma prensa de azeitonas. De onde a frase de Mateus (8, 20) e de Lucas (9, 58).]
O episódio da evocação de Moisés e Elias no topo do monte Tabor é a encruzilhada do destino de Jesus. Até esse momento tinha sido, depois de seu pai, Judas da Gamala, o pretendente legítimo à realeza davídica. Seus discípulos, seus amigos, seus irmãos «carnais», chamam-lhe senhor (adonai) às vezes, porque é seu senhor. Naquela época, e durante séculos, esse termo substituía em todos os estados do Próximo Oriente ao «sir» medieval europeu. Em público, a esposa do rei chamava a este «meu prezado senhor» ou «sir».
Todavia, depois dessa estranha cerimônia, efetuada com Pedro, Santiago e João (serão os mesmos que lhe acompanharão na do Getsêmani), já não será o mesmo. Terá compreendido, ele sozinho, que o messianismo político, terrestre, não tem esperança. A Providência tem previstas outras coisas para o mundo, mais importantes que o restabelecimento dos descendentes de David no trono de um Estado minúsculo. É que dessa evocação algo subsiste nele, uma entidade muito elevada tomou posse dele, e a partir de agora se servirá dele para remodelar o mundo. Para ele, esta entidade se chama Elias. O que tem de assombroso nisso? Tão somente conhece sua própria mitologia nacional. Para as legiões, que partiam encabeçando seus exércitos, essa entidade tinha já, desde fazia séculos, outro nome: Mithra.
Desse fenômeno de «posse» psíquica, Jesus é perfeitamente consciente. Daí a frase, contida de desengano, que dirige ao Simão, o zelote, seu irmão «segundo a carne», e seu sucessor legítimo, por ordem de primogenitura, quando ele, Jesus, tenha desaparecido:
«Em verdade, em verdade te digo: quando tu eras mais moço tu te rodeavas, e ias por onde te dava na vontade. Mas, quando já fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro será o que te cinjas, e que te leve para onde tu não queiras...» (João, 21, 18.)
E no Gólgota, perecido na cruz da infâmia, será outra vez ao Elias a quem se dirigirá:
«Para a nona hora, exclamou Jesus com voz forte: "Eli, Eli, lamma sabachthani?..."» (Mateus, 27, 46.)
Os escribas anônimos que redigiram os pseudo evangelhos não deixam jamais de traduzi-lo por: «Deus meu! Deus meu! Por que me abandonaste?» (Mateus, 27, 47.) Mas os judeus que assistiram à crucificação e que o ouviram, não se equivocaram quando disseram: «Está chamando Elias...» (Mateus, 27, 48.)
Alguns exegetas e linguistas, especialistas em línguas mortas, consideraram que esta frase era fenícia, e que significava: «Senhor! Senhor! As trevas... As trevas...», o qual tinha explicação, dado que se tratava de um agonizante, cuja vista ia apagando-se, pouco a pouco, ou que, por causa de um fenômeno mediúnico suscitado pelo último estado, distinguia formas terroríficas, como as descritas pelo Livro dos Mortos tibetano, ou pelo apócrifo Livro de José, o Carpinteiro, e que não seriam a não ser fantasmas interiores, que se liberariam do subconsciente do agonizante.
Deixamos-lhes a responsabilidade de semelhante tradução, pois, a nosso parecer, e tal como logo vamos ver, essas últimas palavras de Jesus tinham uma significação muito distinta.
Miguel Monte, FRC; é Grão-Mestre da Ordem Elus-Cohens - Lojas Rondônia/Brasil.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Rondônia: Um Estado de Graça – Por Miguel Monte.

A Filosofia Mística também ensina um tanto de sociologia e economia, como apresentamos, por exemplo, o desenvolvimento dos países que a praticam; alguns são líderes não por acaso, mas por manterem seus ideais de vida conectados as hostes elevadas, tais como Índia, China, Japão, frança, Inglaterra, dentre outros. Por ser tão ampla, a Filosofia empresta seus ensinamentos a outros tópicos cotidianos, nesta ocasião, em Rondônia, região norte do Brasil, assolada por crises econômicas nos últimos 50 anos, ver agora o ciclo novo de o progresso bater as suas portas; poderemos dizer que é uma nova odisséia econômica brasileira; Nestes últimos 50 anos, constatamos a peregrinação dos nordestinos, em busca da “terra prometida”, advindos da seca que assolava o nordeste, partiram rumo à Rondônia para povoar a Amazônia, colher-lhes seus frutos e preservar o território nacional.
Além disto, outros ciclos arrebataram o estado de Rondônia com panacéias tresloucadas; tanto quanto a borracha, os minerais, e a madeira... Todos massacrados pela fúnebre depreciação do meio ambiente. Até, pois, se acalmarem pela via da economia advinda do poder público onde sustentava a paz econômica local, seja do Governo Federal, do INSS, do municipal e estadual. Contudo, o povo trabalhador que viera à Rondônia, não satisfeito com o marasmo, dispusera suas forças para desenvolver o seu pequeno local operacional; assim, como temática oportunista, se lhe faltasse verduras e frutas, eis que plantara uma pequena horta no quintal para prover-lhe a sua sustentabilidade nata; De outra forma, a mesma tendência fora utilizada para a manufatura primária, e eis que se estendera a outros tópicos, a exemplo de se ter uma criação de aves no quintal, a prática de pesca para o sustento caseiro e por fim, a prática do escambo...
Como constatamos, até por dados do IBGE, o rondoniense é trabalhador e não se entrega ao fracasso; até mesmo porque a força que emana deste povo advém de dois povos genuinamente fortes pela sua própria natureza: Os Nordestinos e os Índios; Cristãos em sociedade com doutores da natureza, eis que se formara a fórmula primordial para alavancar qualquer sucesso sociológico. E, não haveria de ser diferente, buscaram recursos na natureza para prover-lhes seus sustentos; atualmente Rondônia bate recordes na agricultura, na agropecuária e outras formas inerentes. Mas nada acontece por acaso, foi na adversidade que se encontrara o meio para fugir do fracasso.
Por outro lado, fatos negativistas ocasionaram tamanha depreciação na imagem do novo estado de Rondônia; Desde a década de 90, políticos rondonienses foram cassados, assassinatos cruéis foram praticados por estas bandas, a exemplo do homicídio praticado ao ex-senador Olavo Pires, prisões de autoridades, meio ambiente devastado, enfim, pautas jornalísticas para todos os gostos... Mas, alguns políticos se sobressaíram desta “noite negra” e ocasionaram o desenvolvimento a trancos – e – barrancos; quer queira, quer não, o prefeito Roberto Sobrinho tem edificado uma capital aos moldes de outras mais desenvolvidas pelo Brasil afora; Assistimos obras em andamento, a odontologia disseminada em postos de saúde, remédios a pronta-entrega, gratuitamente, ou por preços acessíveis, e, o embelezamento das vias públicas, além do resgate da cultura local...
Mas, nos últimos sete anos, o governador Ivo Cassol, impulsionou um feito nunca antes visto por aqui; Foi ele que incentivou a economia primária, partindo do pressuposto que a solidez de um estado advém da sua própria natureza. Assim, presenciamos nas feiras agropecuárias a pujança da nossa economia... E não só isto, o apoio aos micro-empresários através das secretarias pertinentes que impulsionara a compra de maquinários novos e o melhor, as licitações governamentais, fundamentada através da lei federal 123/2006, trouxe um ânimo novo aos cofres dos micros empresários que puderam disputar de igual para igual com os grandes; até melhor, em poder de “monopólio”... O espaço aqui é pequeno para detalhar os feitos, mas, outros também se destacam...
O prefeito da cidade de Ji-paraná, José de Abreu Bianco, abriu estradas vicinais para o escoamento da produção agrícola e embelezou a cidade com atitudes simplórias mais resolutas... Dedé de Melo fez algo bonito também em Guajará-Mirim, assim, cada qual obteve parcelas positivas em suas administrações, restando sempre poucas coisas para as críticas que a meu ver, são sempre construtivas, objetivando uma melhora contumaz da vida rondoniense. Porquanto, é no meio empresarial a fabulosa odisséia onde culminara com a epopéia do ringue econômico. Atualmente, em Porto Velho, cerca de 10 mil empresas brigam por uma fatia melhor no mercado, para isto, tendências simples são oportunizadas para melhor receber os clientes: ares-condicionados são oferecidos aos clientes varejistas, atendentes sorridentes com um misto de satisfação e orgulho transmitem aos clientes um novo ciclo hermético... Como o que se está dentro, é exalado para fora.
Assim, Rondônia segue enfrentando as suas adversidades não se incomodando com as péssimas energias que tentam parar a locomotiva do progresso, e, como um trator, passa por cima de tudo; foi tocado por este estase econômico que em 2006 pautei os meus negócios para a publicidade, abdicando - após dez anos de labuta - o Jornal Oguaporé (www.oguapore.com ) para o meu filho mais velho, tendo executado o que a minha consciência constatara ter sido edificante para a comunicação do estado; visto, que foi o primeiro site jornalístico implantado em Rondônia e atualmente é visitado por cerca de 100 mil pessoas ao dia; porém, seria eu inoperante se ficasse a mercê de verbas públicas para administrar um negócio que assemelha-se a independência comercial e jornalística, restando pois a ceder-lhe à energia nova propulsora de qualquer rejuvenescimento.
Mas, é na publicidade que os bons se sobressaem, haja vista, que a competitividade criativa é o tom que movimenta a máquina econômica do meio. Temos bons publicitários e bons vendedores de propaganda e também teóricos que conhecem o mercado através de dados estatísticos; Porquanto, é no “cara-a-cara” com a adversidade do mercado que se oportunizará a melhor estratégia, embora a experiência fale mais alto.
Sendo assim, - a agência Guaporé também é “tocada” por Miguel Junior - estou muito feliz em poder proporcionar aos meus clientes o resultado que tanto sonhara; pois, os valores alocados ao marketing são geralmente estrondosos e carecem de respeito, carinho e experiência para se obter o resultado que apraz; Embora a satisfação venha no “tilintar da máquina registradora”, o sucesso é ambíguo merecendo atenção total, desde a confecção do Briefing a propagação da idéia-mãe.
Outrossim, hoje o artigo foi diferenciado, para provar que o místico também trabalha com ação, que ocasiona uma reação; a primazia de qualquer ensinamento filosófico. Do meu lado, em ato de agradecimento e retrospectiva, estou perpetrando a minha parte para o desenvolvimento deste estado, ajudando aos meus clientes a venderem mais, oportunizando melhores chances de geração de empregos, aumento dos recolhimentos de impostos, para com o objetivo dos apoios sociais... Enfim, como jornalista pautei minha função em combater as atrocidades cometidas pelos colarinhos-brancos, e, atualmente como publicitário sou coadjuvante há 21 anos a edificar o progresso de Rondônia; haja vista, que aqui se planta, aqui se colhe...
Embora, tenha sido convidado a ser candidato a deputado federal em 2010; declinei da proposta, por motivos de problemas pessoais; mas argumento que não preciso de mandato eletivo para fazer a minha parte para edificar um estado de graça: Rondônia. O que espero que cada um dos irmãos faça o mesmo, e possa cantar feliz: Entra na minha casa, entra na minha vida, mexe com minha estrutura, sara todas as feridas... Miguel Monte... EU SOU!

domingo, 6 de setembro de 2009

E-C

Podemos dizer que nenhum movimento maçônico exerceu maior influência na França no Séc. XVIII que o iniciado por Pasqually, que foi logo conhecido como Martinismo. O nome completo de Martinez era Jaques de Livron Joachim de la Tour de la Case Martinez de Pasquallys. Nasceu em Grenoble, França, provavelmente em 1727. Seu pai nasceu em Alicante, Espanha e este possuía uma patente maçônica outorgada por Charles Stuart, "Rei de Escócia, Irlanda e Inglaterra", com data de 20 de maio de 1738, na qual o nomeava Deputado Grão-Mestre com o poder de fundar Templos à Glória do Grande Arquiteto. Essa patente e os poderes que lhe conferia, foram transmitidas, em sua morte, a seu filho, "o poderoso Mestre Joachim Don Martinez Pasquallys, de 28 anos de idade". Vemos, portanto, que aos 28 anos, Martinez era Mestre Maçom.
Martinez trabalhou durante toda sua vida na criação de um grande movimento espiritualista dentro do marco da Maçonaria. Quando pôde organizar este movimento como Ordem, não maçônica no sentido estrito da palavra, mas composta, exclusivamente, por Maçons, deu-lhe o nome de: "Ordem dos Cavaleiros Maçons Elus-Cohen do Universo".
A missão espiritual de Pasquallys começou provavelmente ao redor de 1759, mas não há dúvida de que antes desse período, trabalhou ativamente na promoção da Ordem Maçônica como tal. Essa foi a época em que o Alto Grau foi introduzido na Maçonaria, para completar os três graus básicos da Maçonaria Simbólica, ou Azul: Aprendiz, Companheiro e Mestre.
A introdução de graus superiores ("Altos Graus") foi amiúde desaprovada pelas autoridades maçônicas que controlavam os Graus Simbólicos. Martinez mesmo não estava envolvido ativamente em criar graus maçônicos, mas que trabalhava para formar uma espécie de organização colateral que tivesse um caráter mais espiritual que a Maçonaria. Sem embargo, admitia nesta organização somente a Mestres Maçons que houvessem tomado o grau adicional de "Eleito".
Já dissemos que antes de fundar a Ordem dos Elus-Cohen, Pasquallys havia trabalhado dentro do marco da Maçonaria. Assim, em 1754, fundou em Montpellier o capítulo maçônico "Os Juizes Escoceses".
Entre 1755 e 1760 viaja por toda a França, recrutando seguidores para seu próprio sistema. Em 1760, estava em Toulouse onde foi recebido nas Lojas Unidas de São João. Depois, no mesmo ano, foi recebido na Loja "Josué de Foix" onde iniciou vários maçons e formou o capítulo chamado "O Templo Cohen".
Em 1761 estava em Bourdeaux onde, graças a sua Patente Stuart e com a recomendação do Conde de Maillial d'Alzac, do Marquês de Lescourt e dos irmãos d'Auberton, foi recebido na Loja "La Française".
É nesse local que abre seu "Templo Particular" sob o nome de "A Perfeição Escocesa Eleita". Os membros fundadores foram: Conde M. d'Alzac, Marquês de Lescourt, os dois irmãos d'Auberton, de Oasen, de Bobié, Jules Tafar, Morrie e Lecombard. Em 26 de maio de 1763, Pasquallys mostrou sua Patente Stuart à Grande Loja da França e lhes informou do Templo que havia fundado em Bourdeaux, à Glória do Grande Arquiteto, um Templo com cinco graus de Perfeição dos quais era o Depositário sob a Constituição de Charles Stuart, Grão-Mestre de todas as Lojas espargidas pela face da Terra. O nome dessa Loja se mudou, então, à "La Française Elue Ecossaisse". Em 01 de fevereiro de 1765, a Grande Loja da França a aprovou e outorgou patente a essa Loja.
Naquela época a Grande Loja da França não reconhecia os "Altos Graus". Os maçons visitantes foram, portanto, recebidos na forma de Loja Azul nos Templos dos Elus-Cohen (o termo Loja Azul se refere aos três primeiros Graus Simbólicos de Aprendiz, Companheiro e Mestre, que constituíam a Primeira Classe dos Elus-Cohen, sob o nome de Maçonaria de São João).
A Segunda Classe, a dos Graus de Portal, era ainda externamente maçônica, mas continha pontos de uma doutrina secreta subjacente.
A Terceira Classe, formada pelos Graus do Templo, constituía os Altos Graus da Ordem. Utilizava "artilugios" e simbologia maçônica, mas o catecismo estava baseado na Doutrina Geral de Pasquallys. No grau de Grande Arquiteto, idêntico ao do Cavaleiro do Oriente, o membro praticava uma purificação física mediante uma dieta sob a qual se abstinha de alguns tipos de carnes e órgãos de certos animais, algumas gorduras etc. Esta dieta que era altamente seletiva e que não há o que confundir com o estrito vegetarianismo era similar à dieta dos Levitas, prescrita no Antigo Testamento. O "Grande Arquiteto" realizava "operações" dirigidas a expulsar os Poderes da Escuridão que invadiram a Aura da Terra. Colaborava também em espírito com as operações especiais que realizava o Grão-Mestre, Pasquallys. Esse grau de Grande Arquiteto constituía, na prática, o grau de Aprendiz Réaux-Croix.
O Grau Superior de Templo, o de Comendador do Oriente ou Grande Eleito de Zorobabel, é um grau passivo no qual o membro não realiza nenhuma operação. É um período de repouso antes da ordenação na Ordem Sagrada de Réau-Croix. O ensinamento se baseia na lenda de Zorobabel e nele se menciona a Ponte misteriosa que deve ser cruzada pelo candidato aos Mistérios. A palavra Réau-Croix não deve ser confundida com "Rose-Croix" e não tem nada que ver com "rosacruz".
No grau secreto de Réau-Croix, o iniciado é posto em contato com o Mundo do Mais Além (as Esferas dos Poderes Celestiais) mediante a Alta Magia, ou Teurgia. Evoca os Poderes Celestiais na Aura da Terra. Manifestações auditivas e visuais capacitam ao Réau-Croix avaliar sua própria evolução (e a de outros evocadores) e ver se ele (ou eles) foi reintegrado em seus poderes original.
O grau secreto "desconhecido" de Grande Réau-Croix se supunha que era a permissão para a Prova Suprema da Ordem, a nunca alcançada "operação final" que era a evocação de "Cristo Glorioso", o Reparador, Adam Kadmon Reintegrado.
Tenhamos em conta que os Graus de Portal estavam separados de os Graus Simbólicos pelo Grau de Grande Eleito ou Mestre Particular. Este foi o que seria conhecido como "grau de vingança" no qual os votos de segredo são renovados em uma cerimônia realizada para ter o poder mágico de dar castigo ao que renuncie à sua obrigação.
Antes de sua morte, Martinez de Pasquallys havia nomeado como seu sucessor a seu primo Armand Cagnet de Lestère, Secretário Geral do Exército em Port-au-Prince, Haiti. Esse Irmão tinha pouquíssimo tempo para dedicar-se à Ordem e somente podia supervisionar os Templos Cohen de Port-au-Prince e Léogane em Haiti. Ocorreram divisões entre os Templos na Europa. A.C. de Lèstere morreu em 1778 depois de haver transmitido seus poderes ao V.P.M. Sebastian de las Casas. Este novo Grão-Mestre não intentou reconciliar os diferentes ramos dos Elus-Cohen nem unificar o Rito. Pouco a pouco, os Templos Elus-Cohen foram se fechando.
A Doutrina continuou sendo transmitida, sem embargo, de pessoa a pessoa ou dentro dos "Aeropagoi" Cabalísticos compostos por nove membros. Em 1806, "operações" seguiam sendo feitas nas datas de equinócios. Um dos últimos representantes diretos dos Elus-Cohen foi o Venerável Mestre Destigny que morreu em 1868.
Muitos dos discípulos de Martinez se distinguiram por seus escritos, tais como o Barão d'Holbach, que escreveu "O Sistema da Natureza", o erudito hebreu e cabalista Duchanteau que é o autor do "Calendário Mágico"; Jacques Cazotte, famoso autor do "Demônio Enamorado"; Bacon de la Chevalerie; Jean Baptiste Willermoz que desempenhou um papel muito importante na Maçonaria; e o célebre "Filósofo Desconhecido" Louis-Claude de Saint-Martin.
Antes que a Ordem dos Elus-Cohen perdesse sua vitalidade, dois eminentes membros preservaram a doutrina original: o primeiro, Jean-Baptiste Willermoz, integrando-a com alguns Ritos da Maçonaria; o outro, Louis Claude de Saint-Martin, incorporando-a um sistema modificado de filosofia perpetuado por iniciações pessoais.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O portador da Chama – Por M.*.M.*.

O portador da Chama – Por M.*.M.*.


Qualquer fogo que se principie se inicia fraco e então que se alastra com o tempo utilizando os combustíveis que lhe propicie aumentar as suas labaredas. Assim, aconteceu e acontece com a atual chama reacendida da Ordem Dos Cavaleiros Maçônicos Elus-Cohens do Universo, protagonizada por Martinez de Pasqually em 1754 na França, e em Porto Velho-Ro, se denomina Ordem dos Cavaleiros Elus-Cohens, da qual fui eleito Grão-Mestre (Eleito).
Contudo, ser Grão-Mestre de uma ordem com seus 255 anos de vida, onde passaram por lá mestres rosacruzes e maçônicos de alta performance, haveria, pois, de me bater a “vaidade” e sair por ai em programas jornalísticos ofertando entrevistas e massageando o meu EGO; contudo, a primazia dos preceitos da Ordem é antes de tudo: Ousar, Saber e Calar. Ousar para continuar o legado teosófico, teúrgico e místico dos ensinamentos mágicos desta renomada ordem; Saber, para utilizar o poder da Luz em prol da humanidade e pela via da Caridade resgatar a dignidade dos nossos próximos que consideramos irmãos; Calar, pois, é no silêncio que se encontra todo o poder humano e o reencontro com Deus.
Porém, idealizada por Pasqually, apenas os maçons de grau 33, poderiam freqüentar a Ordem Elus-Cohens, ciente, pois, que o último grau de Nº 11, seria o Reau-Croix, uma espécie de grau fechado apenas para os Rosacruzes, quando na ocasião se praticavam certos atos ritualísticos na missão de preservar o bem na terra e expulsar o mal; Como se sabe muito bem, a Elus-Cohens virou Martinesismo, depois Martinismo, porém, o Professor Robert Ambelaim continuou perpetuando a chama acesa, mesmo que fraca, e continuou o legado de Pasqually religiosamente como o fez o mestre, sem mudar absolutamente nada.
Assim, na França, a Elus-Cohens ressurge com força total e em Porto Velho-RO, a nossa Loja está afiliada a Europa com uma diferença; é proibido ser maçom ou Rosacruz para adentrá-la; porém, é obrigatório ser maçom ou Rosacruz após a sua iniciação Elus-Cohens, de preferência Rosacruz, já que é a ordem-mãe de todas as ordens iniciáticas dos últimos 10 mil anos. E porque é proibido ser um iniciado para adentrá-la? Pasqually reuniu preceitos judaicos, místicos e Rosacruzes e Maçônicos para elaborar sua liturgia; assim, nos “Cultos”, as operações tinham um significado profundo, que, inclusive, alguns historiadores alegam que Pasqually os adaptou das ritualísticas do Rei David, precursor dos Salmos bíblicos, e foi utilizando os livros do místico Jacob Boheme que Pasqually adentrara no intelecto dos irmãos; Porquanto, reunindo a intelectualidade com atributos contemplativos os irmãos conseguiam unir a ciência com Religião; eis, que a ritualística penetrava profundamente no ser humano e o significado da vida era resgatado com força tal que a massa corpórea era insuficiente para suportar tanto poder, tendo que exalá-la repassando-a ao próximo, já que, todos, estamos ligados pelo mesmo fio energético da vida que emana de Deus.
Em Porto Velho, contamos com irmãos recém saídos das igrejas evangélicas e católicas, e inicia-se com um medo tremendo, e muito mais com medo ficam, quando alguns irmãos dizem que na “Câmara-Escura” tem um caixão, um cadáver, e esqueletos humanos que significam a sua morte, e muitos saem dali mortos! Outros irmãos dizem que tem que beber o sangue do bode de Mênfis; Balela! No primeiro culto operacional, na ritualística “circulatória”, utilizando os salmos e a bíblia no Livro de João; e em sua residência aumentando o poder intelectual pela cultura da ordem; os irmãos sentem de novo a vida pulsar pelas suas veias.
Foi por isso que em assembléia julgamos ser melhor resgatar da escuridão ovelhas desgarradas que estão envenenados por dogmas religiosos do que resgatar profanos de avental; Profanos de avental, porque em diversas ordens de Porto Velho, estão lotadas de adeptos que utilizam das fraternidades para negociatas e trapaças mafiosas para se locupletarem no materialismo; sem se portarem com a “causa e efeito”; “Ação e Reação”; quando na próxima geração – ou nesta - pagarão o preço do carma outrora exalado. E tenho poder no “verbo” para tal crítica, pois certas ordens funcionam tanto quanto uma máfia onde alguns ocupam cargos do erário por ser irmão de ordem.
Na Elus-Cohens vemos o poder de Deus funcionar no homem automaticamente pela via da “Causa e Efeito” pela “ação e Reação”; Ao sair da escuridão, quando este apresentava roupas sujas, cabelos emaranhados, gestos lacônicos e sem perspectivas de vida; seus gestos agora são “imagem e semelhança de Deus”; e o melhor, não se pagou nada por isto; quando que em algumas ordens para ser iniciado se paga até R$ 5 mil Reais para ser chamado de Profano de Avental. Quem se doer, que se cale! E se recolha a sua insignificância; para não aguçar a reação da minha vontade, da minha imagem e da minha ação.
Assim, é a Elus-Cohens de Porto Velho, resgatando homens de bem e continuando o legado do Bem aqui na terra! Se você pretende se unir a nós; envie-nos um e-mail (miguelmonte@oguapore.com ) com uma dissertação: “Porque quero ser um iniciado”.
EU SOU! Fraternalmente, Miguel Monte. Eu Sou o Que Eu Sou!