domingo, 2 de agosto de 2009

Especial: Os “Sem-Futuro” Lotam as Ruas de Porto Velho.

Especial: Os “Sem-Futuro” Lotam as Ruas de Porto Velho.

Por Miguel Monte.

Qualquer cidadão sonha em chegar à idade adulta com um bom emprego, uma família, amigos e o respeito diante a sociedade. No entanto, alguns perdem o rumo da vida e viram “Os Sem-Futuro”; como se retratam os problemas de diversas pessoas que perambulam pelas ruas de Porto Velho; Fato, inclusive, não muito diferente das várias outras cidades interioranas de Rondônia.
“Os Sem-Futuro”, assim como são denominados em Porto Velho, sobrevivem de migalhas que sobram nos lixos e muitas vezes recebem doações das pessoas, que variam entre Dez Centavos a Um real; dinheiro usado para consumir bebidas alcoólicas. “A gente bebe para afogar as mágoas”, disse Luiz da Silva Filho, natural de Manicoré, Amazonas, de 52 anos, que há 30 reside em Porto Velho; perambula pelas ruas porque se acidentou quando exercia a profissão de soldador. “Queimei meus olhos, agora não sirvo pra nada”. Desabafa Silva.
Romi Guimarães, 47 anos, ostenta o renome em ser parente de “doutor” – segundo ele é parente do médico Carlos Botelho – e trabalhou no antigo cine Lacerda durante muito tempo, mas perdeu o emprego quando o cinema fechou as portas. Já Lucimeire Alves Pereira de 32 anos, com feridas expostas pelo corpo, argumenta que se tivesse apoio das autoridades sairia desta vida de “Sem-Futuro”.
São muitas as histórias que a Reportagem do Jornal OGUAPORÉ apurou, entrevistando desde eletricistas que trabalharam em casas de gente importante, como simples pessoas que separaram da mulher e dos filhos e perderam as rédeas do seu destino, ficando a mercê das intempéries da vida. Por outro lado, o Brasil, e principalmente Rondônia, batem recordes em recolhimentos de impostos, com uma carga tributária das mais altas do mundo, contudo, não conseguem efetuar uma distribuição de renda igualitária e justa àqueles que mais precisam de apoios, neste caso em questão: “Os sem-Futuro”.
Assistente Social?
“Uma vez uma magnata estacionou o carrão dela ali na praça, e disse que era Assistente Social, ela nem saiu do carro, pra não chegar perto da gente; e por caso do calor aqui fora, o carro dela tinha ar-condicionado; daí ela disse que ia mandar cobertor e um colchão pra cada um da gente, até hoje nós estamos aguardando esta mulher por aqui”. Desabafa Aparecido Silva Cezar, se referindo aos trabalhos inócuos do assistencialismo social, que segundo se constatou nesta Reportagem, não existe em Porto Velho; Como também se constatou a incapacidade gerencial de órgãos competentes para fazer valer o ofício benevolente aos necessitados: Leia-se Ministério Público e Polícia Civil; que deveriam inquirir por quem de direito a que se deu o real abandono à vida humana.
Políticas Públicas.
Até o presente momento não se vira por parte dos políticos um programa assistencial que resgatasse verdadeiramente das raias da marginalidade àqueles que necessitam de auxílios psíquico, social e fraternal. O que se ver são programas que vinculam doações a dotes eleitorais, a exemplo, do Programa Bolsa Família, que já é chamado do maior programa de “compras de votos do mundo”. Em Rondônia, o Bolsa Família serve de Cabo-Eleitoral para políticos apadrinhados do Governo Federal, e quanto a resgatar a dignidade dos “Sem-Futuro”? São coisas pormenores...
Silêncio:
A Reportagem ligou para os celulares do Governador Ivo Cassol, do Prefeito Roberto Sobrinho, do Deputado Neldir Carlos, dentre outros, porém, nenhum deles quis comentar a matéria e outros não atenderam, pois estavam “fora – de - área”...

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