quinta-feira, 18 de junho de 2009

Coluna Mística: DESEJO, PACIÊNCIA E PERSEVERANÇA.

Coluna Mística: DESEJO, PACIÊNCIA E PERSEVERANÇA.

O Eterno, Todo-Poderoso criador, cuja potência infinita se estende sobre o universo dos espíritos e dos corpos, contém em sua imensidade uma multidão inumerável de seres que ele emana quando quer, fora de seu centro. Ele dá a cada um desses seres, leis, preceitos e mandamentos, que são pontos de ligação desses diferentes seres com esta grande Divindade. Essa correspondência de todos os seres com o ser necessário é tão absoluta, que nenhum esforço desses seres pode impedi-la; eles não podem jamais, ainda que se esforcem, sair do círculo onde foram colocados, e cada ponto que percorrem desse círculo, não deixaria de estar, um só instante, sem relação com o seu centro; e, com forte razão, o centro não poderia jamais cessar de estar em junção, comunicação e relação com o centro dos centros.
A relação dos centros particulares com o centro universal é o Espírito Santo; a relação do centro universal com o centro dos centros é o Filho; e o centro dos centros é o Criador Todo-Poderoso. Deus, o Pai, criou os seres; seu Filho lhes comunicou a vida, e esta vida é o Espírito Santo. Podemos aí ver da demonstração pelo exame das três experiências físicas que vos apresentarei para servir de demonstração do que acabo de dizer.
A unidade, 1, encontra-se nos números 10, 7, 3, 4: ela se encontra em 10, em 7, em 3 e em 4; o que prova que é impossível poder alguma vez desnaturalizar a unidade, pela impossibilidade de encontrar um número onde a unidade não esteja, uma vez que ela é a geração, o sustentáculo e o fim de todos os números; já que após ter percorrido uma quantidade prodigiosa de números, se terminam por 9, não estão completos, pela ausência de sua unidade que os contém. Como em 10.000: se, ao invés dos zeros houvesse 9, esse número estaria incompleto uma vez que demonstraria que pode sofrer uma adição; enquanto a unidade unida aos zeros mostra sempre a emanação, a base e o complemento dos diferentes números: 1.000.000... Pode-se aumentar os zeros até o infinito, mas eles partem todos da unidade, e estão todos contidos pela unidade; o que se pode ver nos exemplos seguintes: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10. A unidade é aqui o princípio desses nove números, 1; após ele vem 2, onde há a unidade: 3, onde ela está também; e sucessivamente até 9, onde ela também está contida. Ora, 9 não podendo fazer um número completo, chega a 10, que nos mostra a unidade contendo todos os números, como a figura já mencionado.
Eis a prova física, matemática, do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Sabeis que os números são co-eternos. Deus não criou os números; eles existem de tempos imemoriais nele e é por eles que se fizeram todos os seus planos de criação dos diferentes seres. Vedes, pois, meus irmãos, que a unidade geradora é a imagem do Pai, 1; a unidade que segue todos os números 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 é a imagem do Filho, e porta seu número: 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9/44/8. Sabemos que através de todos os sábios do universo que o número 8 é o número da dupla potência dada ao Cristo, assim como terminastes de ver que ele é a vida de todos os seres que subsistem, tanto dos espíritos como dos corpos, visto que nenhum ser pode subsistir senão por um dos 8 números que acabamos de ver. Igualmente, o complemento de todos os números, que é 10, ou (1), nos mostra a imagem física do Espírito Santo, que contém tudo o que o Pai criou, tudo o que o Filho dirigiu, e forma desse modo a união eterna, inefável e indissolúvel das três unidades que compõe a tríplice essência da Divindade sem princípio nem fim, como podeis observar que a unidade, 1, sendo absoluta e necessária, tem, sem interrupção, emanado e criado seres, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9; que esses seres têm sempre sido dirigidos por sua ação direta, seu verbo Divino, seu Filho querido 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9/44/88, uma vez que ele completa por seu número todas as ações dos diferentes seres; e que eles estavam eternamente contidos pelo Espírito Santo, 10, ou, como sendo o fim, o sustentáculo e o conservador de todo ser.
Essas grandes verdades, cuja demonstração está escrita em toda a natureza, são os arcobotantes (construção exterior em forma de meio arco, que serve para sustentar uma abóbada, uma parede), que devem sustentar o Homem de Desejo espiritual Divino bom em todas as suas operações espirituais temporais. Infeliz daqueles que se deixam seduzir pelos falsos prestígios dos intelectos demoníacos, para receber diante dos olhos de sua alma, que são o pensamento e a vontade, o véu abominável que lhes oculta essas três santas luzes feitas para serem conhecidas de todo homem! Mas, como a luz dissipa todas as trevas, da mesma forma as trevas, no mesmo instante em que o ser menor permite que elas tomem conta dele, dissipam nele toda a luz e o fazem errar como um cego procurando às cegas algum objeto que possa garanti-lo contra os perigos que o cercam; igualmente, a alma ofuscada pelo mau uso de seu pensamento procura objetos espirituais que possam dissipar o medo terrível que o espírito vingador do crime produz nela. Este terror, esse pavor, o estremecimento que a maior parte dos homens experimentam na obscuridade, constituem uma imagem perfeita do estado de sua alma. Esse medo que eles têm de encontrar nas trevas algum ser destruidor de seu corpo, deve acompanhar a alma daquele que procura nas trevas, pelo temor que ela possui de encontrar algum ser destruidor da pureza do seu ser Divino que a conduz à privação da luz eterna que é Deus.
Se retirarmos uma grande lâmpada de um homem, que o ilumina e lhe faz ver todos os objetos circunvizinhos, ele continuará nas trevas durante o tempo em que se separar dessa lâmpada; sua vista perderá, durante toda a separação, a visualização dos diferentes objetos. O sol, por exemplo que ilumina os olhos do homem, lhe faz ver as diferentes belezas da natureza; através dele ele vê as diferentes belezas das sucessões dos diferentes corpos aparentes; através dele, se instrui dos diferentes objetos que passam sucessivamente diante de seus olhos; e quanto mais ele visualiza, tanto mais será instruído da natureza dos corpos cuja luz mostra as dimensões. Suponhamos agora que esse homem seja encerrado em um horrendo calabouço que o priva da comunicação do astro solar: o medo diminui conforme o número de dias de sua privação. Quanto mais tempo ficar encerrado nas trevas, privado da luz do sol, mais sua vista enfraquece, e mais a lembrança de sua visão diminui; de modo que, se permanecer um certo número de anos sem ver a luz do sol, é preciso ter um cuidado especial para reconduzi-lo à luz, para evitar que, ao transportá-lo bruscamente à vista do sol de meio dia, as membranas de seus olhos, pouco exercitadas aos movimentos flexíveis que devem ter para estar em comunicação com este astro, e se encontrando em um estado de tensão, de rigidez e de dureza, e recebendo um grande número de raios aos quais não conseguem obedecer, e opondo-se por sua resistência uma nova força a seus raios, eles não dissolvem enfim, o próprio obstáculo, rompendo-se alguns vasos grossos do corpo e matando a forma daquele que desejou muito cedo aproximar-se do princípio da vida.
A aplicação do que acabo de dizer aos objetos espirituais é simples e fácil. Temos, sobre o assunto, um grande número de exemplos na Escritura Santa. Quando Moisés foi procurar a Lei que o Eterno lhe deu sobre a montanha do Sinai, foi preciso dizer ao povo que ninguém se aproximasse do pé da montanha e que, tanto homem, quanto animal seriam fulminados. Não é o mesmo que mostrar à Israel, que ele não tinha mais a visão suficientemente exercitada, suficientemente pura e limpa, para poder ver os objetos que estavam na montanha? Não é ainda mostrar o respeito que devia ter por todos os santos objetos que ali estavam, dos quais ele não devia aproximar-se senão de longe e trêmulo?
É, pois, absolutamente necessário usar da maior circunspecção, moderação e discrição sobre todos os objetos que a Ordem possui e caminhar com a maior consideração no caminho que conduz ao fim; por que cada senda que ali conduz tem espinhos, dificuldades e obstáculos que é preciso dissipar, extirpar, afastar. Ser conduzido ao caminho sem ter desviado esses obstáculos, constitui uma dificuldade ainda maior para superá-los.
Desse modo, a prudência, tão recomendada pelo próprio Jesus-Cristo, deve ser o alicerce de nossos passos. Um grande número de forças dadas a um general pouco experimentado não fazem senão aumentar sua derrota. É necessário, antes de lhe dar um corpo grande, que ele saiba ao menos dominar um corpo pequeno. O mesmo ocorre com nossa alma: é necessário que ela tenha se exercitado por muito tempo nos pequenos combates antes de resistir aos grandes; as maiores forças que se lhe dá aumentam seus combates. Assim, é preciso saber moderar o desejo de avançar, pelo medo de cair. Vimos que o uso dos alimentos, tão necessários à vida do corpo, utilizados em quantidades muito grandes, e sobretudo em convalescença, são freqüentemente mortais aqueles que os empregam. É, pois, indispensavelmente necessário acostumar pouco a pouco o seu estômago às carnes antes de fazer grandes refeições cuja digestão é sempre difícil. As diferentes provas que se deve submeter aos sujeitos para certificar-se de seu desejo, fidelidade e perseverança são desse gênero.
Um sujeito tem hoje um grande desejo e amanhã não tem mais, porque mudou de pensamento. É, pois, necessário dar-lhe mais tempo antes de admiti-lo, para saber se possui um desejo verdadeiro. Se possuir, seu desejo aumenta em razão das dificuldades, e, se não o tem, as dificuldades o aniquilam; o que sempre é um grande bem: 1º, é um homem de desejo superficial: se tivesse entrado na Ordem, teria sido um mau sujeito; é, pois, um grande bem que não entre; 2º seu desejo é verdadeiro, o tempo não faz senão aumentá-lo; 3º, os diferentes obstáculos que lhe são colocados e que superam lhes darão um mérito ainda maior, que tem a sua recompensa. Desejo, paciência e perseverança. São três virtudes que rogo ao Eterno de nos conceder a todos e de nos manter para sempre sob sua santa guarda.
Autor Desconhecido.

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