quinta-feira, 18 de junho de 2009

Coluna Mística: Falsos Profetas – Por Miguel Monte.

Coluna Mística: Falsos Profetas – Por Miguel Monte.


O mundo está lotado de falsos profetas, mas antes de adentrarmos ao assunto, vamos desmistificar a origem dos profetas; Segundo uma via de pensamento da França do século quinze, chegou-se a um consenso, através de farto material arqueológico, que na origem da humanidade, aquele que possuía algum diferencial em sua aldeia, era tido como líder, este diferencial poderia ser o domínio sob o fogo, - acender, apagar - o domínio sob um raio que acabara de cair, a excelência na caça e pesca, e também o domínio sob os espíritos dos mortos de seus ancestrais; Assim, o Xamã, ou “picareta”, fazia com que todos acreditassem em seu poder... Com o tempo, a prática foi se modernizando e inclusive ganhando diversos apoiadores, tais como os reis, rainhas e imperadores, que se reuniram a estes “líderes” para, e principalmente, perpetuarem seus legados imperialistas, dominando o povo, através do todo poderoso: no céu e na terra.
Na história da humanidade, para o leitor se inteirar, tivemos e temos, diversas guerras travadas entre sociedades no puro e “abestado” objetivo de defender as suas opiniões e líderes religiosos; A própria bíblia está lotada de exemplo de carnificina em “nome do senhor”. Sendo assim, particularmente repudio qualquer forma de manipulação das mentes alheias.
Durante o Concílio de Nicéia, que começou em 325, foram destruídos centenas de evangelhos e outras centenas sumiram incluindo os "Manuscritos do Mar morto" e os Evangelhos de Judas, Maria Madalena e Tomé, durante esse Concílio foi criado o mito da divindade de Jesus. Foram selecionados quatro evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João) entre cerca de 400. Em comum estes quatro evangelhos mostram um Jesus mais divino, já os que foram queimados e sumiram mostravam um Jesus mais humano ou sequer citavam o nome dele. Constantino e sua fingida conversão ao cristianismo criaram uma das maiores farsas da história, a divindade de Jesus. Durante esse período a comemoração da fuga dos judeus do Egito virou a "Páscoa" e o quarto dia depois do solstício de inverno (25 de dezembro) dedicado ao Deus Sol virou o Natal, assim o cristianismo incorporou os costumes "pagãos" que tanto criticava.
Por outro lado, os que escreveram sobre os “acontecimentos” bíblicos tiveram acesso a outras narrativas da época. Intuíram o valor didático existente nas lendas e acontecimentos do dia-a-dia. Estavam interessados em alastrar os seus valores religiosos. E sabiam que, só através do controle da informação e alguma iniciativa ousada seria possível manter o controlar da situação. Constantino mandou fazer uma Bíblia novinha em folha, onde as narrativas que falavam do aspecto humano de Cristo foram desprezadas e se enfatizou o suposto lado divino de Jesus. A Bíblia, conforme a conhecemos hoje, e principalmente o “Novo Testamento”, que foi forjado a mando do imperador romano Constantino, pois era necessário que se criasse um mito em torno do personagem Jesus. É quase tudo uma compilação ou farsa. Até que os religiosos de discurso fácil e cheio de salamaleques, que falaram “em nome de Jesus”, além de defenderem prioritariamente os seus próprios interesses. Beirando a má-fé, teriam reescrito a história cristã conforme suas crenças e conveniências. Pois antigamente, além dos artistas não assinarem as suas obras, era costume plagiar e reaproveitar as tramas, os personagens ou mesmo trechos inteiros de outras culturas ou autores. Já que as incultas e indulgentes platéias, não davam muita importância à origem do que era relatado, mas sim, a pompa, a beleza e o sentido poético do que lhes era transmitido.
Como se constata, até nos dias atuais, nos deparamos com personagens desta envergadura, é normal vermos padres, pastores, macumbeiros, espiritualistas, irmãos de ordens filosóficas, mostrarem que são superiores a outros apenas por “dominarem conversas secretas com Deus” ou “dominarem seus ensinamentos”. E ai de você se não acreditar! Viu?
Em uma experiência particular, me atrevi a ler o livro do jornalista Eliphas Levi, “alta Magia”; Li a primeira vez, entendi; li a segunda; entendi de forma mística; e li a terceira vez para praticar seus “ensinamentos”. Logo, em debate com um amigo, ele me disse para não ler este tipo de livro, “já que estaria além da minha compreensão”; Mas veja lá sô! Ele sabe até onde vai a minha compreensão? Na mesma esfera líderes religiosos arrebanham seus carneirinhos através da prisão psíquica, onde só ele tem a chave da porta da salvação, e só a ele Deus deu poderes para lhe retirar do abismo infernal que antes você vivia; ele luta contra satanás para lhe salvar, “está na bíblia!” “Pode conferir!”
Mais cômico ainda são aqueles que atingiram um estágio avançado de intelectualidade filosófica, teosófica, ou teológica, da qual, utilizam os seus ensinamentos para exageradas divulgações egocêntricas, e, rotineiramente para exporem-se ao ridículo, gestos que poderiam ser nobres, como assim usados se fossem para o bem.
O certo e o errado:
Ninguém é o senhor da razão, ninguém tem a palavra divina, ninguém tem procuração para representar Deus aqui na terra, apenas, a pessoa em particular tem o dom da maior dádiva divina ofertada por Deus, o poder da transformação, o poder da regeneração; Sendo assim, nenhum líder religioso, nem tão pouco esta coluna, tem o poder de mudar a vida de alguém, pois este dom é ofertado exclusivamente ao “filho de Deus”, é ofertado a você.
As palavras, tanto bíblicas, quanto filosóficas, ou outras, servem apenas para ilustrar exemplos edificantes de uma vida melhor, dentro de uma justiça perfeita, dentro de atos nobres, dentro de uma fraternidade. Contudo, apenas a prática leva a perfeição. Portanto, repudio a todos àqueles que com a bíblia na mão, ou com a sabedoria divina na ponta - da - língua, queiram fazer de outros os seus subalternos... Deus me livre! Está amarrado em nome de Jesus!
Miguel Monte é Grão-Mestre da Ordem dos cavaleiros Elus Cohen; Exclusiva, Tradicional e Originalmente Fundada na França por Martines de Pasqually.
miguelmonte@eluscohen.com.br

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