quinta-feira, 18 de junho de 2009

COLUNA MÍSTICA: A Reencarnação – Por Miguel Monte.

COLUNA MÍSTICA: A Reencarnação – Por Miguel Monte.


Antes de iniciar este artigo, irei brevemente comentar o artigo anterior e responder algumas questões: Primeiro: Avisei que aqui seria um espaço polêmico. Segundo: Não rezo pela “cartilha” de ninguém. Terceiro: Doa a quem doer, a verdade será sempre comentada aqui. Por fim, não tenho nada contra a maçonaria, apenas a verdade é que ela nasceu realmente da Rosacruz; este fato foi deveras provado no artigo anterior. Considero-me um autodidata em diversos assuntos, pois já relatei que meu hobby é leituras das mais variadas. Sendo assim, e respondendo a pergunta de um renomado “cidadão” de Rondônia: “Fumo cachimbo com fumo importado da Inglaterra, e pelo visto, não é alucinógeno.”
Com o tema de hoje na cabeça e o teclado nas mãos, decorrerei sobre um dos temas mais polêmicos de todas as eras: A Reencarnação. Contudo, acredito piamente na reencarnação dos seres, porém, por uma questão de imparcialidade, comentarei também as teses de outras religiões que não admitem a reencarnação, e as confrontarei com as demais.
A reencarnação é aceita por diversas religiões do mundo, tais como: o hinduísmo, o budismo, o judaísmo, e parte do islamismo; apenas uma ala do cristianismo não aceita. Cada qual com suas teses defensivas; é importante denotar que poucos pararam para observar os fenômenos da natureza, e retirar dali as respostas para as suas indagações, a exemplo: Na natureza tudo morre tudo nasce. Tomemos ainda como tópico de divagação a borboleta em sua constante metamorfose e a semente de uma arvore que inundou este nosso mundo com belíssimas sombras. De fato, até o ser humano quando morre, jaz, em sua última morada se transformando em adubos para plantas ou outras regalias da mãe natureza; isto não passa de uma reencarnação sugerires.
Pois bem, se as próprias células do ser humano são recompostas diuturnamente, também em via paralela, pode-se acreditar que sua consciência se reincorpora em uma nova estadia, colhendo seus efeitos negativos e positivos de vidas passadas. A Ordem Rosacruz acredita na reencarnação, pois uma só vida seria muito pouco para que o homem pudesse evoluir até a sua maestria. Por outro lado, os católicos se apegam em parábolas da Bíblia para refutar teses que defendam a reencarnação, tais como: “O Homem só morre uma vez”(Heb.IX,27); “Assim o homem, quando dormir, não ressuscitará, até que o céu seja consumido, não despertará, nem se levantará de seu sono”(Jô, XIV, 12)... No Deuteronômio se lê: "Não se ache entre vós quem purifique seu filho ou sua filha, fazendo-os passar pelo fogo, nem quem consulte os advinhos ou observe sonhos ou agouros, nem quem use malefícios, nem quem seja encantador, nem quem consulte os pitões [os médiuns] ou advinhos, ou indague dos mortos a verdade. Porque o Senhor abomina todas estas coisas e por tais maldades exterminará estes povos à tua entrada" (Deut. XVIII-10-12).
O escritor José Reis Chaves, em seu livro “A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência” consegue, com grande clareza, provar que a reencarnação consta da Bíblia. No capítulo 3 – Através da Bíblia, diz: “Há muitas pessoas que afirmam convictamente que a reencarnação não está na Bíblia. O autor deste livro também foi uma pessoa que pensava assim. Mas ela está lá, só que de um modo oculto, esotérico ou velado, sobre o que já falamos numa outra parte anterior deste livro”. “Quando Jesus disse que examinássemos as Escrituras, Ele quis dizer que nos aprofundássemos no estudo da Bíblia, para que pudéssemos compreender a sua mensagem”. “Portanto, não basta que nos informemos do conteúdo da Bíblia. É necessário que façamos um estudo profundo do seu conteúdo. E isso tem de ser feito por quem tenha estrutura para tal, ou seja, tenha um bom nível de instrução, seja inteligente e tenha dom para isso. É, pois, engano pensar que só um bispo, padre ou pastor sejam pessoas que entendam a fundo de Bíblia, embora encontremos entre eles grandes sumidades no assunto. Esses indivíduos, geralmente, pensam de maneira diferente da maioria dos padres e pastores sobre alguns textos bíblicos, embora, às vezes, sejam discretos em seus conhecimentos, pois têm de prestar obediência à hierarquia de suas igrejas. A nossa opinião é a de que o indivíduo só pode conhecer as Escrituras Sagradas, tendo liberdade de raciocínio e oportunidade, inclusive de comparar os textos bíblicos com os de outros livros sagrados de outras religiões, pois arquétipos junguianos estão, também, presentes nas literaturas de todas as escrituras sagradas, e não só da Bíblia”.
Iniciamos colocando a fala de José Reis Chaves por ser ele católico; Recomendamos, inclusive, seu livro a todos que sinceramente buscam conhecer a verdade, principalmente aos que seguem: “Examinai tudo, conservai o que é bom” (1 Tes. 5, 21). Neste livro encontramos várias passagens bíblicas, analisadas, pelo autor, sobre a reencarnação, nós iremos nos concentrar apenas em algumas que podemos encontrar no Novo Testamento. Em Mateus 16, 13-14, temos: “Tendo chegado à região de Cesáreia de Felipe, Jesus perguntou aos discípulos: “Quem dizem por aí as pessoas que é o Filho do homem?” Responderam: “Umas dizem que é João Batista; outras, que é Elias; outras, enfim, que é Jeremias ou algum dos profetas”.
Veja bem, se o povo pensava que Jesus poderia ser João Batista, Elias, Jeremias ou algum dos profetas é porque acreditavam que alguém que já havia morrido pudesse voltar como outra pessoa, razão da resposta. Entretanto, não tinham noção como isso poderia acontecer. Sendo João Batista contemporâneo de Jesus, não haveria a menor possibilidade d’Ele ser João Batista reencarnado. É a única ressalva que poderemos fazer a esse texto. Outra passagem que podemos citar é a de João 3, 1-8, entretanto essa talvez seja a mais polêmica, porquanto as várias traduções e interpretações da Bíblia são divergentes quanto ao termo “nascer de novo”. Mas, mesmo assim a citaremos: “Havia entre os fariseus um, chamado Nicodemos, dos mais importantes entre os judeus. Ele foi encontrar-se com Jesus à noite e lhe disse: “Rabi, bem sabemos que és um Mestre enviado por Deus, pois ninguém seria capaz de fazer os sinais que tu fazes, se Deus não estivesse com ele. Jesus respondeu: “Eu te afirmo e esta é a verdade; ninguém verá o reino de Deus se não nascer de novo”. Disse-lhe, Nicodemos: “Como pode nascer um homem já velho? Porventura poderá entrar de novo no seio de sua mãe e nascer?” Jesus respondeu: “Eu vos afirmo e esta é a verdade: se alguém não nascer da água e do Espírito, não poderá entrar no Reino de Deus. O que nasce da carne e carne. O que nasce do Espírito é espírito! Não te admires do que eu disse: é necessário para vós nascer de novo. O vento sopra para onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem aonde vai. Assim é quem nasce do Espírito”.
O que se pode deduzir do texto é que Nicodemos entendeu perfeitamente que era sobre nascer de novo, que Jesus estava falando, sua dúvida ficou apenas como isso poderia ocorrer. Querem alguns que o nascer da água seja o batismo. Se for por que, então Jesus reafirma: O que nasce da carne é carne; o que nasce do Espírito é espírito. Perfeitamente coerente com o sentido de nascer da água, pois seu significado, à época, era de ser a origem da matéria. Vemos que toda a vida material, dela depende, e, especificamente nós os humanos, além de sermos mais água que carne, ficamos nove meses “dentro d’água” antes de nascermos de novo. E, como afirmamos anteriormente, esta passagem é causa de longos e polêmicos debates.
Entretanto, encontraremos em Mateus (17, 10-13) a reencarnação de forma bem mais clara, senão vejamos: “Os discípulos lhe perguntaram: “Por que dizem os escribas, que Elias deve vir antes?” Respondeu-lhes: “Elias há de vir para restabelecer todas as coisas. Mas eu vos digo que Elias já veio e não o reconheceram, mas fizeram com ele o que quiseram. Do mesmo modo, também o filho do homem está para sofrer da parte deles. Então, os discípulos compreenderam que Jesus lhes tinha falado a respeito de João Batista”. Por que Elias não foi reconhecido? Porque agora animava outro corpo. Simples não?
Mas poderiam objetar: Jesus não afirmou que João Batista era Elias. Foram seus discípulos que pensaram assim. Certo! Mas em várias oportunidades Jesus demonstrou conhecer o pensamento das pessoas, por isso, se não disse nada em contrário é porque sancionava o que os discípulos estavam pensando. As dúvidas poderão ser dissipadas nesta outra narrativa. Vejamos Mateus 11, 14-15: “E, se quiserdes compreendê-los, João é o Elias que estava para vir. Quem tem ouvidos, que escute bem”. Essa última frase deve ter sido dita por Jesus por que sabia que muitos não iriam aceitar o princípio da reencarnação, mas reafirmamos: quem quiser ouvir que ouça!
É sempre colocada a passagem de Hebreus 9, 27 como contrária à reencarnação, que diz: “Como está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo, assim o Cristo se ofereceu uma só vez para tomar sobre si os pecados da multidão, e aparecerá uma segunda vez, não, porém, em razão do pecado, mas para trazer a salvação àqueles que o esperam”. No texto não há nenhuma afirmativa contra a reencarnação. O que foi dito é o que acontece realmente, pois no presente corpo, em que o espírito nele habita, morrerá só uma vez, não temos nenhuma dúvida disso. Isso é válido para todas as vezes que ele (espírito) se reencarnar, ou seja, para cada reencarnação: somente uma morte. ( Argumento do livro “A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência” por Paulo da Silva Neto Sobrinho).
A reencarnação é um processo evolutivo existente dentro da Criação e que é fundamentalmente ligado à questão da felicidade. Porque se um ser humano conseguiu se tornar feliz em uma única vida, para que teria outras se já atingiu o bem supremo, a beatitude, que consiste na verdadeira felicidade? Isso, evidentemente, em relação a um mesmo plano no caso, o terrestre do qual se sairia momentaneamente, para retornar depois, sob outra expressão. Assim, não é a evolução pura e simples, em termos de aumento do grau de compreensão, que determinaria a necessidade ou não de outras encarnações no mesmo plano para um ser, mas, sim, a busca da felicidade. Pois que se alguém não a atingiu em vida temporal, não há de ser após a libertação do corpo físico que a atingirá, já que a felicidade é um estado de alegria da alma e não uma exultação da personalidade.
O segmento da alma é que é autoconsciente e não a personalidade, pois que esta nada mais é senão a maneira pela qual esse segmento de alma se expressa através do corpo físico. E como já foi explicado, a individualidade é uma ilusão, pois todos os seres são ligados. Eis porque a felicidade de um pode ser transmitida para outro e a infelicidade de uns pode atingir outros tantos.
O processo da reencarnação não ocorre somente, como se possa pensar a uma primeira vista, dentro de uma linha de continuidade: João, que foi Maria na vida imediatamente passada, reencarna agora como Antonio, uma terceira personalidade, que vai ter novas experiências e traz os registros das lições aprendidas por Maria e por João. Este, é apenas um dos vários modos pelo qual a reencarnação se processa, em um mesmo plano, a saber: João, que foi Maria na vida imediatamente passada, reencarna como Ricardo, uma personalidade nova, que traz as experiências não de Maria e de João, mas, sim, de Olavo, um outro ser humano, que passa a ser uma encarnação anterior sua sem que isso na realidade tenha acontecido. E Olavo reencarna simultaneamente no Japão, na França, nos Estados Unidos e na Venezuela, em cada um desses países como uma pessoa diferente, com diferentes encarnações passadas, umas realmente suas, outras não, mas todas verdadeiras, porque tempo e espaço na realidade não existem e só se tornam manifestos no contexto da Criação. Ou seja, uma pessoa pode tanto reencarnar em uma linha de continuidade, constituindo-se no somatório de todas as personalidades que expressou em várias encarnações sucessivas, como pode reencarnar trazendo a bagagem personalítica de outras criaturas, como pode reencarnar como vários seres humanos simultaneamente, dentro de uma linha de continuidade ou trazendo experiências de terceiros, pois que todos esses registros estão disponíveis no Cósmico. Isso tudo se processa de dois modos, havendo ainda um terceiro, mais complexo e que aqui não será abordado amplamente, por implicar embasamento iniciático e conhecimento prévio de certas Leis. No primeiro modo, o ser humano evoluiu a tal ponto que adquiriu domínio sobre o processo da reencarnação e reencarna de forma programada, conscientemente, em prol do seu desenvolvimento e no interesse da Humanidade. No segundo modo, o ser humano é praticamente manipulado dentro de um esquema cármico e as escolhas e decisões são feitas por Leis Cósmicas Autoconscientes (entidades destituídas de corpo físico ou psíquico, que se expressam por equilíbrio quântico). No terceiro modo, que não é usual, mas ocorrem, as opções são feitas por osmose, que é quando o conhecimento de uma mente passa para outra através da membrana impermeável da Eternidade. e basta dizer que é por ele que os chamados avatares encarnam na Terra, trazendo mente divina. Quando isso ocorre, podem ser a reencarnação de um ser humano ou aquela pode ser a primeira e única encarnação, sendo certo, porém, que em ambos os casos nunca haverá outra, a não ser em outro plano. Com isso, pode-se entender porque um homem nos dias de hoje poderia se apresentar como sendo a reencarnação do Apóstolo Paulo, por exemplo, embora São Paulo não tenha reencarnado, pelo fato puro e simples de ter ido para a Vida Eterna, que é um plano de compreensão da Divindade em que não existem nem tempo, nem espaço, nem reencarnação. Da mesma forma alguém poderia se dizer a reencarnação do próprio Jesus, sem que isso fosse mentira, mas sem que na realidade fosse verdade, porque Jesus teve uma expressão personalítica que está registrada nos arquivos acásicos, muito embora a essência crística de sua alma seja a mesma de Deus, porque Jesus é Deus.
Há, ainda, uma modalidade reencarnatória em que a pessoa não morre fisicamente. Nesse caso o ser humano sofre várias mortes personalíticas seguidas de outros tantos renascimentos em uma só vida corporal, sendo sucessivamente várias pessoas em um só corpo físico, isso evolutiva ou involutivamente. A isso se dá o nome de reencarnação virtual e tal fato geralmente acontece por via iniciática, em harmonização com as forças da Luz ou com as das Trevas. (É quando um homem ou mulher se transforma em anjo ou demônio vivente).
E há, também, a reencarnação arquetípica, que ocorre quando um ser humano reencarna como símbolo de um modo de ser, podendo essa reencarnação ser isolada ou múltipla. Esses símbolos ficam agregados à consciência planetária, quer dizer, tornam-se partes da personalidade do planeta em que o processo reencarnatório ocorre, no caso, a Terra. Da mesma forma uma pessoa pode se tornar símbolo ainda em vida e, após a morte do corpo físico, não ir para a Vida Eterna e nem reencarnar como ser humano, mas assumir a forma de um ser matemático autoconsciente, temporal e pensante, destituído de forma física ou psíquica, por efeito de harmonização com uma ou mais Leis Cósmicas.
Vale dizer que o processo mental continua existindo após a morte física, só que no Plano Cósmico não existe raciocínio tal como o conhecemos, baseado na lógica, mas sim um processo de pensamento intuitivo, que é a maneira de pensar pela qual as decisões são tomadas (nesse caso as opções são feitas tendo o Todo e não o ego como parâmetro).(Argumento de Vicente Velado).
É comum a quem não acredita na reencarnação pedir provas de que ela realmente exista. Por outro lado, muitos querem, a todo custo, levar este princípio para o campo religioso, quando, a nosso ver, não tem nada a ver com religião, por se tratar de uma lei da natureza. A grande maioria dos sistemas religiosos adota essa crença, ficando, fora deste contexto, quase que apenas as ditas religiões cristãs. Fato que muitos não sabem é que no cristianismo primitivo era aceita, sem maiores problemas, inclusive, fazia parte da cultura dos judeus. Mas não queremos aqui tratar deste assunto por este ângulo, queremos isto sim, mostrar que a prova já existe, só falta um pouco mais de tempo para se consolidar de maneira decisiva, de modo que, a ciência, dita oficial, a aceite sem o mínimo de reservas. Vejamos então uma experiência narrada no livro “Vidas Sucessivas”, Albert de Rochas, para tirarmos nossas conclusões:
Foi em 1887. Havia na Espanha um grupo espírita chamado “A Paz”, cujo fundador e presidente era Fernandez Colavida, apelidado do outro lado dos Pirineus de Kardec Espanhol. Em todas as suas sessões, esse grupo fazia o estudo e o controle dos fenômenos espíritas. Minha esposa e eu éramos, naquela época, membros desse grupo. Ora, certo dia, o sr. Fernandez quis experimentar se podia provocar sobre um sonâmbulo a recordação de suas existências passadas. Eis como agiu. Estando o médium magnetizado em alto grau, ordenou-lhe que dissesse o que havia feito na véspera, na antevéspera, uma semana antes, um mês, um ano e, conduzindo-o assim, ele o fez recuar até a infância, que descreveu como todos os seus detalhes.
Sempre estimulado, o médium contou sua vida no espaço, a morte em sua última encarnação e, conduzido continuamente, chegou a quatro encarnações, das quais a mais antiga fora uma experiência completamente selvagem. É interessante observar que, a cada existência, as feições do médium modificavam-se completamente. Para trazê-lo de volta ao seu estado normal, ele o fez retornar até sua existência presente, depois o despertou. Não desejando ser acusado de ter-se enganado, ele fez o médium ser magnetizado por um outro magnetizador, que deveria sugerir-lhe que as existências passadas não eram verdadeiras. Apesar desta sugestão, o médium expôs novamente as quatro existências como o havia feito alguns dias antes.
Obtive o mesmo resultado sobre o mesmo fato com um outro médium. Os primeiros estudos foram controlados por todos os membros que formam o grupo “A Paz”. A. R.
Essa experiência se fez por magnetização do sujet, em outras palavras hipnose, que, levado a um sono profundo, foi induzido a regredir mentalmente, primeiro aos fatos ocorridos nesta vida, depois aos de vidas anteriores. E pela data pode-se bem perceber que o assunto não era modismo. Numa segunda experiência, é feita ao sujet a sugestão de que as existências passadas não eram verdadeiras, e apesar disso eles expõem as quatro existências exatamente como tinha feito antes, atesta a preocupação do pesquisador em fugir da fraude ou do engano. A questão que levantamos em cima deste caso é a seguinte: Cada número corresponde a uma determinada quantidade de anos. Na linha do tempo o ponto “0” representa o início da vida atual, enquanto que os números negativos o período anterior. Considerando que os fatos da vida atual são perfeitamente comprováveis, e certamente aceitos como reais, ou seja, que o indivíduo tenha realmente, em regressão, “viajado no tempo”, por que somente os períodos anteriores à vida atual seriam fruto da imaginação? Só porque na maioria das vezes não podemos comprovar? Mas se os fatos da vida atual foram retirados da memória do individuo porque os outros não seriam, já que o método aplicado é o mesmo?
Mas, por que os períodos anteriores não são comprováveis? A bem da verdade, deveríamos dizer que são mais difíceis de se comprovar, porque o período de intermissão – período entre a última desencarnação e a nova encarnação – é, em média, de 144 anos, conforme nos informa Dr. Hernani de Guimarães Andrade. Fica, portanto, muito difícil uma comprovação num espaço de tempo desses, pois muitas informações não possuem registro para que se possa comprová-las. Entretanto, nos casos de crianças, que se lembram espontaneamente de uma reencarnação anterior, as coisas podem ficar muito mais fáceis. E em alguns casos já pesquisados os indícios são muito fortes.
Em recente reportagem na revista ISTOÉ, se falou do estudo do psicólogo Júlio Peres, do Instituto de Terapia Regressiva Vivencial Peres, que fez um mapeamento de ondas cerebrais de pacientes em regressão para se saber qual ou quais as áreas do cérebro que estariam em atividade naquele momento. Assim, alguns pacientes foram submetidos a uma tomografia com emissão de radifármaco (método spect), cujos exames foram analisados pelo médico Andrew Newberg, especialista em estados modificados de consciência da Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos. Estes estudos revelaram que as áreas do cérebro mais requisitadas durante a regressão de memória são as do lobo médio temporal e as do lobo pré-frontal esquerdo, que respondem pela memória e pela emoção. Ou seja, não é fruto da imaginação. “Se o paciente estivesse criando uma estória, o lobo frontal seria acionado e a carga emocional não seria tão intensa”, conforme a explicação de Júlio Peres.
Outra pesquisa que vem sendo feita mais recentemente é o da análise das impressões digitais. O delegado de polícia João Alberto Fiorini, da Agência de Inteligência do Paraná, especialista em impressões digitais, está desenvolvendo pesquisa científica em sua área para comprovar a reencarnação. Como suas pesquisas estão se iniciando praticamente agora, só conseguiu comprovar três casos, entretanto, as perspectivas futuras são animadoras, já que com o seu trabalho sendo divulgado mais pessoas poderão apresentar os seus casos para análise. O que estamos notando é que o cerco está se apertando cada vez mais, e fatalmente muito breve, estaremos diante da ciência oficial admitindo a reencarnação como uma Lei natural. Não sabemos se isso irá modificar o comportamento das pessoas, já que todos compreenderão que a justiça divina nos fará quitar todo o mal que tivermos praticado, uma vez que um dos objetivos da reencarnação é justamente esse.
Uma coisa é certa, as religiões cristãs tradicionais terão que se ajustarem à nova realidade. Mas, pensamos, que isso terá um preço o qual elas não se furtarão de pagar. É que seus adeptos poderão se insurgir contra elas, alegando que deveriam saber disso, mas preferiram ficar ao lado dos materialistas. Concluirão que não existe mais inferno, fato sempre dito como verdade pelos líderes religiosos, aí sim para elas será um verdadeiro “inferno”. Compreenderão finalmente, que Deus nos ama, num amor incondicional, que faz, que quer queiramos ou não, estejamos no futuro junto a ele, numa comunhão com todos os outros espíritos criados por Ele.
Mas, é obvio que muitos ainda não acreditarão, deixamos a eles a oportunidade de apresentarem suas contra-provas. E que nos expliquem também como justificar a existência dos gênios precoces e por qual mecanismo um indivíduo consegue fazer algo que nesta vida atual não tenha aprendido, como, por exemplo, pintar? De onde tiram algumas crianças, que ainda não sabem o que é o bem e o mal, um ódio inexplicável pelos pais? Quer queiramos ou não, o fato é que existe uma certa interferência das religiões nessa questão, por mais que alguns cientistas neguem, estão atrelados às suas correntes religiosas e o preconceito cria obstáculos à plena aceitação dessa realidade.
O escritor Hermínio C. Miranda, nos dá as razões do porquê da Igreja Católica em se manter firme em não aceitar a reencarnação, o que a nosso ver, poderia ser aplicado às demais correntes ditas cristãs. Diz esse erudito estudioso: “... o simples acolhimento da doutrina das vidas sucessivas teria precipitado a invalidação de princípios vitais à Igreja, como o da unicidade da vida, céu, inferno, juízo final, pecado original e, por via de conseqüência, sacramentos, exclusividade salvífica, mediação sacerdotal entre a criatura e Deus, divindade de Jesus e outros tantos aspectos que a Igreja considera, naturalmente, inegociáveis, porque eternos, imutáveis, irremovíveis. É preciso, ainda, lembrar que tudo isso está assentado em bases materiais e econômico-financeiras que garantem incalculável massa crítica de poder político, do qual a instituição não está disposta nem preparada para abrir mão, senão à custa de um suicídio institucional”.
Não podemos deixar de citar o eminente pesquisador “made in Brazil”, Dr. Hernani Guimarães Andrade, que enfaticamente nos disse:
“Não fosse a ‘teimosia’ dos chefes religiosos e a ‘indiferença’ dos atuais ‘donos’ da Ciência, a reencarnação já estaria fazendo parte das leis definitivamente aceitas, pelo nosso atual sistema científico. Seria levada á conta das leis biológicas conhecidas e que explicam a biogênese, especialmente o processo da vivificação da matéria orgânica, sem embargo da ação da entropia. A entropia, ou ‘Segundo princípio da Termodinâmica’ tem sido uma barreira quase intransponível para as tentativas de explicação da origem da vida, apenas lançando-se mão dos postulados materialistas-reducionistas da Ciência oficial”.
“Ao meu modesto modo de ver, a obra do Dr. Ian Stevenson, Reincarnation and Biology: A Contribution to the Etiology of Birth Marks and Birth Defects, e a sinopse desse livro, Where Reincarnation and Biology Intersects: A Synops, não só representa a evidência definitiva da reencarnação, como ‘deita uma pá de cal’, em cima de qualquer argumentação negativista contra a ‘Lei da Reencarnação’. Não há mais lugar para dúvidas. De agora em diante, restará apenas à sofisticada e inútil controvérsia acerca da natureza ‘daquilo’ que passa de uma encarnação para outra... (arg.:Paulo S.N.Sobrinho).

Miguel Monte – Publicitário/Jornalista:.MTB:116-RO/758-Ro. miguelmonte@oguapore.com

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