quinta-feira, 18 de junho de 2009

Mensagem de Natal – Por Miguel Monte

Mensagem de Natal – Por Miguel Monte


Como diretor de um jornal de grande repercussão neste estado, tenho a obrigação de explanar uma mensagem alusiva a esta data festiva mundialmente; É fato público que não acredito na data de nascimento de Jesus em 24 de Dezembro e não acredito em ensinamentos bíblicos se não estivem calçados em fundamentos científicos e arqueológicos; contudo, o poder vibracional que emana dos pensamentos fraternos nesta fase do ano, me faz ensejá-lo, como se verdadeiros fossem.
Pois bem, em consonância às festas natalinas, nos remetem também a reflexão meditacional do ato de congratulações aos nossos “conhecidos”, do ato de se doar, do ato de “festejar”, do ato de fazer o bem. Apenas nesta fase do ano, “alguns de nós”, procuramos alguém para doar uma cesta básica, podendo ter feito isto mensalmente no ano que passou; Apenas nesta fase temos o interesse de fazer o bem; Mas nesta fase também somos responsáveis por fazer a economia mundial fervilhar devido ao amor e carinho que inserimos nos presentes que ofertamos.
Os presentes, dependendo do preço, caracterizam o quanto amamos determinada pessoa; se por acaso presenteamos um filho com uma bicicleta, o outro também, por obrigação, tem que receber a mesma “bike”. Se a data fora idealizada para reverenciar a personificação do bem e do milagre na terra, hoje, porém, ela serve para reverenciar um velho vestido de vermelho de barbas brancas; É no natal que perdoamos os inimigos, mas no ano que vem ele torna a ser inimigo de novo; é no natal que repartimos o peru com o vizinho, mas muitas vezes no decorrer do ano esquecemos-nos de lhe dar um bom dia, abençoando assim o seu cotidiano.
É no natal, apenas no natal, nos encontros com amigos, que não temos “pena” do vinho mais caro, mesmo produzido em Bordeaux, mas, muitas vezes no decorrer do ano, esquecemos de ligar para alguém e perguntar se esta pessoa necessita ao menos de um copo com água. No natal, verdadeiramente a data transcende a magia, podemos jogar bênçãos para aquele que nos caluniou o ano inteiro, após o natal, a guerra continua a mesma... Então chego à conclusão, para que serve o natal?
Primeiramente, dizia meu velho pai, uma mentira tem pernas curtas; nisto, uma data sazonal, embasada em uma mentira, que Jesus nasceu em 24 de Dezembro, só poderia advir desta mentira diversas hipocrisias, sadismos, eufemismos, enfim, tudo relacionado à malversação, porque o princípio fundamental do brilhantismo da ocasião foi deturpado em sua raiz, logo de imediato; então, nada mais justo que se deturpe a generalização da ideologia natalina.
Eu, particularmente, não sei se amo mais Papai-Noel que Jesus; Não sei se digo para meu filho de três anos que a Xuxa tem mais moral que sua mãe; Não sei se como pão de manhã enquanto tem tanta gente que precisa desta comida sagrada; Eu nem mesmo sei por que temos que comprar árvore de natal, lotá-la de bolinhas vermelhas, com piscas luminosos e plantá-la em nossa sala, se dizem: que isto é uma simbologia criada por Martinho Lutero, que inseriu esta idéia em sua casa advinda de uma inspiração quando caminhava pela floresta.
Mas é natal. Tenho medo de comprar uma roupa para a minha esposa e trocar a numeração dela pela da minha secretária; Tenho medo de ligar para um amigo, desejar-lhe um feliz natal, e falar erroneamente com o meu maior inimigo.
- Oi Natanael, Feliz natal para você!
-O que? Tú ficou doido rapaz, vou te pegar ano que vem!
Mas é natal. Está valendo tudo; se é pra confundir tudo, vamos confundir. Vamos achar que estamos bebendo licor Frances e na verdade é batida de cachaça com romã; Vamos prostrar o mais magnífico frango, pego no maior sacrifício no quintal, e indubitavelmente esnobá-lo um molho no tucupi, naquela bandeja comprada no “1,99” e “servir” como se verdadeiramente fosse um peru natalino. Não tem importância, porque o que vale é a simbologia da data.
Natal é isto; É tudo de bom, vamos colocar no som “3x1” - comprado em 12 vezes “sem-juros” - uma canção natalina, instrumental, - só serve se for instrumental- tocada por “não-sei-quem”, regida pelo maestro lá de “não-sei-onde”; “Más ele toca muito bem, acho que ele tocaria todos os instrumentos sozinho, se com uma vareta ele faz aquilo tudo, imagine tocando o trombone, “aquele violão grande”, e tudo mais! O cabra é bom mesmo.
Natal é isto. O dinheiro não deu para comprar árvore de natal porque nas “Americanas” custava “250 paus”. O jeito foi pegar um galho seco no quintal, enrolar um monte de algodão, colocar umas “bolas-de-gude”, comprar uns “piscas-piscas” no camelô e pronto: Ficou um luxo só!
Natal é isto. Que se lasque aquela dívida do natal do ano passado, porque o meu décimo - terceiro só deu para comprar umas “coisinhas” e dá entrada noutras “coisinhas”; O importante é o natal; vamos reunir a família, os vizinhos, quero “estar arrasando”...
Então; o que posso fazer? Vence a maioria:
Feliz Natal a todos, e, muito obrigado a todos que cruzaram o meu caminho neste ano; agradeço de coração aberto a todas as adversidades me imputadas, porque me fizeram evoluir e agradeço ainda, mas, imensamente, a todos os amigos clientes do jornal Guaporé e da Agência Guaporé; sem vocês eu não sou nada... Apenas um cara com uma idéia na cabeça e um saco vazio na mão...

Valeu!!!

Miguel Monte é Publicitário/Jornalista, Diretor do Jornal OGUAPORÉ, dentre outros...

Obs.: Ainda farei um artigo prestigiando o novo ano novo... Hic! Hic Hic...

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